Saturday 13 March 2010

Bom dia Sr, tudo bem?!

Arrependimento, esse deve ser o pensamento do recepcionista do hotel, o qual acabo de fazer check out em Brasília, momentos após ele realizar essa rotineira pergunta.

Particularmente, sou uma pessoa que evita os constrangimentos, tanto o meu, quanto das pessoas a minha volta. Acredito que há outros meios de você dar o recado para uma pessoa ou instituição sem deixar que o seu interlocutor fique com vontade de achar e colocar a cabeça dentro de um buraco. Entretanto, nesse caso, por conta da péssima estadia que tive, fui obrigado a abrir uma exceção e digo que não foi ruim, mas sim muito engraçado.

Voltando a recepção do hotel, ao ouvir a inesperada resposta, a de que eu não estava nada bem, o recepcionista se encheu de auto confiança e disse algo melhor:

– Então o que podemos fazer para deixar o seu dia melhor?

Pena a minha hospedagem ter sido ruim e não trágica, pois adoraria dizer que essa pergunta teria sido cômica se não fosse trágica. No final, foi somente mesmo uma pergunta cômica e a reação do funcionário tava para transformar a situação em algo muito mais prazeroso.

Meu caro, tenho minhas duvidas que vocês possam fazer algo para melhorar o meu bem estar, porque nunca tive hospedado em um lugar tão ruim e pagando tão caro para isso.

Primeiramente, ao chegar no quarto a chave não abria, tive que descer na recepção 04 vezes para tentar consertar a chave, mas todas as tentativas foram em vão e tive que apelar para as camareiras.

Segundo, ao entrar no quarto me encaminho para a varanda para tomar um ar fresco e quando vejo não há parapeito na varanda nem a porta da mesma se abre.

Terceiro, água gelada no chuveiro. Sem comentários.

Quarto, televisão com um chiado incomodo, parecendo aquelas tv’s que temos que mexer na sintonia para conseguir ver um vulto.

Quinto, como se não bastece, 8 horas da manha começa uma bateção de marreta na parede do quarto e quando abro a cortina para o sol entrar do de cara com um andaime e dois caras praticamente dividindo o apartamento comigo.

Bem, acho que com isso, fica muito difícil vocês conseguirem melhorar meu humor.”

Ao ser bombardeado e, pela aparência de seu rosto, evidentemente nocauteado, o recepcionista parou alguns instantes, balbuciou uma frase que era parecida como:

- E o hotel esta em reform…

E como se nada tivesse acontecido, aprumou a postura, tirou meia ruga do rosto e perguntou:

- Quer que a nota seja emitida no seu nome mesmo?”.

Hilário! Horrível!

No fim, conta paga R$ 250 reais, nenhum pedido de desculpas dado, nenhum outro quarto oferecido e muito dificilmente voltarei para o Hotel Manhattan em Brasília, que estando ou não reforma ainda recebe hospedes (e não consumidores) e cobra caro para isso.