Friday 20 May 2011

Os ventos da mudança…

Lamentável quando você é recordado que o tempo está passando… o joelho doendo ao se agachar para pegar algo, ou ao constatar que os cabelos, uma vez vastos no couro cabeludo, começam a ficar escassos e jazem ao longo do chão em uma quantidade que vai além da preocupação.

Realmente lamentável… mas não estou aqui para fazer lamúrias, já chega a dor e a calvice.

Tudo tem seu lado positivo e nesse caso, hiper positivo. Histórias de amor, superação, perseverança, encontros e companherismo vem à tona nesse maio e junho. Pirralhos e adolescentes com ideais de amor eterno vão se casar…

Mas pera lá… o vento soprou e o tempo passou. O pirralho cresceu e os adolescentes já não tem mais espinhas. Eles são adultos e acho que sabem o que querem. Querem mesmo estar juntos, nem que seja para sofrer, ficar triste e até mesmo putos um com o outro ao ponto de não quererem estar mais juntos.

Aliás… hoje em dia é só bater um ventinho para não querer estar mais com o outro, a cara metade transforma-se em algo insuportável, repudiante e doloroso. A magia se esvai e ficam-se os calos e feridas que muitos adoram chamar, equivocadamente, de experiência…

Mas vos digo.. NÃO para vocês... de certo NÃO para vocês…

Evitarei ser piegas ao dizer que será eterno, pois, de fato, o eteno não é uma conjugação para ser feita no tempo futuro, mas sim no tempo passado. Façam com que chegem lá na frente após décadas de união e digam que o casamento de vocês foi eterno!

É uma forma encorajante e positiva de pensar, pois o eterno de lá é, na verdade, o que se faz hoje…. e FAÇA!

dê flores | faça jantar | surpreenda | beije | diga EU TE AMO | pegue-a no colo | faça-o carinho | tenham um cachorro | vão hora pra praia | e hora pra montanha | curta a sogra | vejam filme | saiam com amigos | vão ao teatro | ao cinema | à piscina | fiquem bêbados | … de felicidade | … de alegria | … de cachaça | ligue no meio da tarde | cante para ele | faça faixa no dia dos namorados e pendure na rua | dancem |sexo, muito sexo | tenham filhos | … netos | … genros e noras | apenas façam!

Pois como diria o amado mestre Mauro Pinheiro:

“ - Não existe uma foda adiada, existe sim, foda perdida!”

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Posso não ter sido piegas, mas de certo fui pretencioso a querer ensinar alguma coisa de relacionamento para esses dois casais, mas o blog é meu e eu falo o que quiser: Tati e Tcha-Tcha, Elaine e Xups.. antes de mais nada, obrigado pelo convite de ser padrinho do casamento de vocês, é uma honra muito grande e indescritível!

Muitas felicidades e que Deus ilumine o caminho de vocês, enchendo-os de paciência, respeito e amor!

Tati e Tcha Tcha - Casório em 21 de Maio

Elaine e Xups - 04 de Junho

Monday 16 May 2011

O interruptor nosso de cada dia!

Época de faculdade eu, meus grandes amigos Elton Vinícios, Rodrigo Resende, Tiago da Costa e mais dois colegas montamos um grupo de discussão sobre design, suas ramificações e implicações acadêmicas, mercadológicas, artísticas e conceituais, também conhecido como Cúpula Design (nome pretensioso, mas sem pretenções, nem petulância  que realmente significasse esse nome).

De cima para baixo e pouco tempo depois “a cúpula” se transformou em “raiz”, o Raiz Design que, conceitualmente, aspirava algo que chegasse a ser uma empresa, mas que, infelizmente ou felizmente, não se tornou realidade. Entretanto essa experiência foi uma das mais enriquecedoras da minha vida acadêmica e que trago para os dias de hoje. Aquilo foi a vivência latente de uma universidade federal.

Recordar é viver: Logo da Raiz Design

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Não pude fugir ao saudosismo, nem deixar de prestar uma homenagem aos meus amigos

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Então, naquela época, um dos grandes ensinamentos foi reconhecer que existiam níveis distintos de interesse entre os colegas e que tais níveis nos faziam nos entregar ao projeto das formas mais diversas: uns para mais, outros para menos; uns para a direita e outros para a esquerda.

Esse foi o fracasso, mas ao mesmo tempo o sucesso do grupo.

Nessa descoberta, conseguimos parametrizar esse discurso, se tornando o famoso e até hoje comentado:

O seu 100% pode não ser o meu 100%, pode ser, na verdade os meus 70%.

Básico, mas como tudo na vida, o que faz diferença nas coisas são os pequenos detalhes.

Para atingir o máximo de uma pessoa e de nós mesmos é preciso expertise, treinamento e parafraseando o Scalco:

É preciso semear, semear, semear, semear…

Resumidamente, temos que achar e acionar o “interruptor” é daquele tipo temporizador que encontramos nos halls e corredores de prédios comerciais e escadas de emergência: você aperta e depois de um tempo tem que acionar de novo, senão a luz acaba! Por isso a estorinha do semear, semear, semear, dita anteriormente.

Por sermos humanos, esta condição acaba nos impondo temores, fraquesas e erros que são aceitáveis, mas com uma margem de tolerancia mínima em um universo competitivo que é o mundo corporativo. Quem nunca ficou se questionando sobre sua real capacidade, sobre seus méritos, com medo de falhar, se sentindo ameaçado ou obsoleto?! Sem excessão, todos já passaram por isso, inclusive os mais petulantes.

Cada um tem uma fórmula única para ter o seu interruptor acionado e deve descobri-la por si só. Mas há pequenos rituais que podem ajudar durante este processo, uma vez que qualquer mudança não é fácil, podendo ser traumática e a tentação do desistir acaba sendo uma constante.

1) Começar pelas pequenas coisas pode ser uma boa, pois além do sucesso ser mais fácil de alcançar ele te motiva a perseguir objetivos mais desafiadores.

2) Outro é buscar uma rotina em ações transformadoras, nesse caso, a rotina quer dizer perseverança.

3) Começar é sempre mais fácil, manter é o mais complicado. Por isso não tenha medo de começar e nem de recomeçar.

4) Acredite sempre no poder da transformação, mesmo que você não acredite que possa acançar aquilo que persegue. Como diria o mal fadado Hitler (pelo menos foi o que me falaram que foi ele que falou): “- Uma mentira dita 100 vezes acaba se tornando uma verdade.”. Sei que é uma frase perigosa, ainda mais dando a autoria para quem eu acabei fazendo e por isso ela exige pequenas explicações, simples, mas eficiente: apenas acrescente na frase, além do falar… o fazer!

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Momento nostalgia: Para aqueles que lembram, a saudosa passarela da UFES.

Passarela Ufes. Fonte <http://www.flickr.com/photos/renanteixeira/4086612498/>

Monday 2 May 2011

Joseph Climber lives…

Perseverança é palavra comum do cotidiano e que peguei recentemente a analisar melhor seu significado. Pelo dicionário, a palavra origina-se do verbo perseverar:

Continuar, persistir numa opinião, num costume que seja bom.

Não demorou para notar que seu significado é transcedental, por mais amalucado que essa afirmação possa parecer, pois qual o parecer para adjetivar um indivíduo como “perceverante”?! É aquele insistente em via das dificuldades?

Mas até a que ponto? Qual é essa linha divisória que separa uma pessoa normal, da do perseverante e este do estúpido ou ingênuo?

Desde o falecimento precoce dos meus avós, meu pai assumiu consientemente e inconsciêntemente a responsabilidade pela criação e “felicidade” do irmão caçula. Sempre lhe preocupou o jeito “amalucado”e inconsequênte que meu tio sempre levou a vida, proporcionando à sua família uma vida de verdadeira montanha russa com altos e baixos alucinantes. Nos últimos 15 anos sou testemunha ocular das tentativas dos 03 irmãos mais velhos, no que eles mesmos falavam, em: - Dar um jeito no Tata!”, mas resultando apenas em sucessivos fracassos, gerando desgaste e desconforto entre as partes.

Com o passar dos anos, os filhos cresceram e a situação ganhou contornos dramáticos: o filho mais velho foi assumindo grandes responsabilidades, o pai abandonando as dele e os tios (irmãos) aflitos sem saber o que fazer.

Fizeram a única coisa possível ao alcance deles: perseverar na tentativa de “dar um jeito no Tata".

Considero-me um ser relativamente elucidado e com uma visão de fora da situação já fui censurar a mais recente proposta de caravana dos irmãos em buscar a rendeção ou o reatrilhamento (verbo que quer dizer: por de volta aos trilhos) do caçula:

- Gente, vocês não vêem que é perda de tempo ir lá?! Além de nunca ter surtido efeito ao longo dessses anos, vocês só fazem afastá-lo!

Em um tom melancólico ouvi a resposta:

- Vamos lá fazer a nossa parte, oferecendo mais uma vez ajuda e alertá-lo do risco de estar perdendo a família.

É importante ressaltar que o que move os perseverantes não é um objetivo racional e preciso, mas algo que só a fé e o amor podem explicar, ou melhor: que por serem movidos por pessoas com fé e amor é que não precisa de explicação.

E num belo dia, como fazendo parte de um roteiro hollywoodiano, é escutado ao som mono do telefone que o Trem estava entrando novamente nos trilhos, começando a se mover lentamente, de forma frágil e não muito confiável. Mas lá estava ele, resgatando algo que estava perdido, ou mesmo, criando algo totalmente novo e dignificante.

Aos irmãos, de estúpidos ou ingênuos, dignos de censura, tornaram-se subtamente em seres providos de uma perseverança invejável e que agora elogio e tenho a eles um olhar da mais profunda admiração.

Quanto à mim, bem, tomei um cala boca federal e sem precedentes. Mas nunca foi tão bom, novamente, estar errado!