Monday 29 April 2013

Muito óleo de peroba

Sabe o que é a coisa mais interessante quando falamos de HISTÓRIA? Sempre achamos que esta lá longe e nunca fazemos parte dela!

Entretanto, parafraseando uma propaganda política que escutei esta semana: "Já observamos um sociólogo presidente, um operário e a primeira mulher à ocupar o cargo máximo do executivo desse país, fato inédito e que entrou para a história". É preciso perceber que não só estamos participando da história como interagimos com ela. Contudo, percebo que não fazemos questão nenhuma em ser protagonistas, mas sim coadjuvantes fazendo questão de estar lá no fundo da tela, totalmente desfocados e passando desapercebidos.

Minha voz é pequena, mas preciso me pronunciar, mesmo achando que não serei escutado, por isso àqueles que se perdem na internet e caem aqui neste blog peço que façam uma reflexão, pois nosso país está passando por um momento único onde a história e as gerações futuras irão cobrar quais atos que tomamos nesse momento.

Desde os primórdios fomos assolados pela corrupção, de tão constante e outras vezes tão intensa acabamos colocando ela em um lugar comum como se fosse algo inerente à nossa natureza, mas ela não é e nem deve ser tratada como tal! Eventos recentes chacoalharam as coisas, buscando uma luz no fim do túne: Lei da ficha limpa, Julgamento do mensalão e até o aplauso ovacionado de uma sala de cinema após a surra dada pelo Coronel Nascimento no deputado Guaraci no filme Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro (Zazen Filmes, 2010) são provas de que uma parte boa da sociedade quer mudança, mas que muitas vezes não sabe identificar o que esta acontecendo, muito menos como fazer para sua voz ser sentida.

Pois bem, estamos defronte à ações do congresso nacional que, evidentemente, visam fragilizar alguns dos poderes institucionais vigentes que soluçam algumas iniciativas objetivando confrontar o escândalo corruptivo que assola nosso país, cito aqui:

- Restrições à criação de de partidos políticos, Projeto de Lei 4470/12;
- Proposta de Emenda à Constituição #37 (PEC 37): "Inviabilizará - o Ministério Publico de realizar - investigações contra o crime organizado, desvio de verbas, corrupção, abusos cometidos por agentes do Estado e violações de direitos humanos." (fonte: www.mp.pr.gov.br, 26.abr.2013)
- [e a mais absurda] Proposta de Emenda à Constituição #33 (PEC 33): Que aumenta a necessidade de votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal para vetar emendas à constituição (hoje são necessário 6 votos e a proposta é passar para 9 dos 11 votos possíveis). Além de tirar do STF a ultima palavra sobre ações que questionam a legalidade de emendas à constituição. Claramente essa Proposta realizada pelo ilustre (#not) deputado federal NAZARENO FONTELLES (PT (!) - PI) soa como represália à ação independente do Supremo no Julgamento do Mensalão. Não entendo minhas palavras como levianas uma vez que a votação realizada e aprovada no dia 24 de abril de 2013 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contou com notórios votos dos deputados condenados pelo mensalão JOSÉ GENUÍNO (PT) e JOÃO PAULO CUNHA (PT).

Como diz Arnaldo Jabour em seu editorial colocado abaixo, isso se configura em mais uma peça no quebra-cabeça político e governamental de mutar a democracia no Brasil para um governo populista, sensacionalista e que se afasta a cada dia de tudo aquilo que diz fazer e defender (vide Venezuelas e Argentinas da vida que nosso governo esta casado).
Espero que eu não seja o único incomodado com esses atos e que esse meu desconforto seja o seu desconforto, que o não saber o que fazer se transforme em diálogo para se buscar e entender o que pode ser feito e não nos calemos por achar que "isso é assim mesmo".

Essa foi a minha forma de me movimentar e se você tem alguma idéia do que pode-se fazer compartilhe sua opinião no mural.
É dessa forma que não termino meu blog, muito menos a discussão sobre o tema...

http://m.youtube.com/#/watch?v=hRdX5tWYeuM&desktop_uri=%2Fwatch%3Fv%3DhRdX5tWYeuM