Saturday 31 July 2010

Caindo na estrada – Day 01 – De Orly (Paris) para Bruxellas

Primeiramente, é importante salientar e alertar todos aqueles que forem passar alguns bons dias descobrindo o velho continente e que no roteiro conste mais de uma cidade e que uma desta seja Paris, tomem o cuidado de deixar a Cidade Luz por último. Simplismente que ela consegue transceder quaisquer expectativa quando comparada a grande maioria das cidades (pelo menos as que eu conheço). Para evitar que esse começo possa dar uma suposta e falsa impressão que o melhor da viagem está guardado para o final, digo a vocês que não! Absolutamente não! Em se tratando de Europa, costumo dizer que para escolher um bom destino, basta pegar o mapa do continente, fechar os olhos e deixar que o destino se encarregue de dizer onde terá maravilhosos e inesquecíveis momentos (confesso que não digo dessa forma tão romântica, mas o espírito é esse).

Pois bem, voltando ao princípio, está explicado o porque apesar de chegarmos em Paris (Orly), esta foi deixada por último no roteiro.

Acordando bem cedo, para aproveitar o dia, voltei em direção ao aeroporto para buscar o carro que desta vez seria bem maior que o solicitado no ano anterior. Estava na esperança, beirando um certo desespero, de conseguirmos um up grade como no último ano, isso basicamente por dois motivos:

1) Tínhamos duas mulheres conosco e que estavam loucas para ir em um out let, o que resulta em um aumento, no mínimo, de 30% no volume de bagagem;

2) O número e tamanho das malas originalmente trazidas não eram nada, mas nada, animadores.

Aparentemente meu santo é forte, pois foi isso exatamente o que aconteceu, recebemos um carrão daquele que cabe até 07 pessoas. Mas… como diria o já conhecido ditado: “Não existe almoço grátis”; os dois bancos adicionais embora fossem destacáveis não puderam ser deixados na locadora, o que nos fez obrigados a levá-los. POr conta desse impecílio, a cada cidade que parávamos, a atividade de colocar as malas era uma ato de destreza. Isso sempre nos surpreendia, pois sempre havia espaço para mais uma sacola, bolsa ou até mesmo mala.

Detalhe no fundo do carro e a roda arriada!

Fato interessante da viagem é que na Alemanha a locadora dá preferência aos carros das montadoras alemãs: Audi e Volks, já na França às montadoras francesas: Renault e Pegeout (então no Brasil deveríamos ter Gurgel? hehehe). Nesse comparativo os alemães levam vantagem pois seus carros já vem com GPS de série, enquanto na França tive que desembolsar 66 euros por 9 dias do equipamento.

Já que estou devagando, que maravilha de invenção esse tal de Global Position System, tão incrível que o coloco no mesmo patamar que o ar condicionado e a geladeira. Além do motivo óbvio e principal da função do gadget, outra razão dessa admiração se resume em uma singela frase de Catarina (nome por tráz da voz lusitana de nosso Tom-Tom): “- Você deseja evitar pedágios?” . Isso soa como música para os ouvidos dos mais econômicos, pois evita as cobranças exorbitantes que chegam até 30 euros, mas não é só isso, o barato é que somos colocados em rotas alternativas, utilizando principalmente estradas locais com pistas simples, baixa velocidade, sem acostamentos e sem aqueles muros de concreto e vidro que, geralmente, costumam margear as autoestradas impossibilitando-nos de ver a paisagem , vilarejos e cidades (o que é exatamente uma das razões de se fazer o trajeto entre os destinos de carro). De qualquer forma, não despresem as autopistas, elas são rápidas, eficientes, seguras e um primor da engenharia humana.

Holanda, suas estradinhas e vilarejos fora das autopistas.

…………………….

Apesar de bem próximas, comparadas às distâncias existentes em território brasileiro, as paisagens existente entre Paris e Bruxellas (cerca de 318 km) são bem características: a francesa predomantemente preenchida de campos e plantações, enquanto a belga por uma constante e belíssima cortina verde.


Exibir mapa ampliado]

O clima em toda viagem foi bem favorável já refletindo a proximidade do verão europeu, com temperarturas amenas e dias longos (escurecendo plenamente às 23 horas!).

Chegamos em Bruxelas por volta das 16 horas e com muito dia pela frente. Felizmente a localização do nosso hotel era maravilhosa! Ficava bem próximo da Grand Place (a grande praça de Bruxelas), principal ponto turístico da cidade e com todos os méritos.

O sentimento encontrado na Grand Place é equivalente aquele que encontramos em Bruxelas, como na própria Bélgica: surpresa e encantamento. Como um lugar tão mágico pode ter uma atenção secundária nas rotas turísticas? Talvez, por não esperarmos encontrar uma Roma ou Berlim é que nos surpreendemos descobrindo “simplismente e unicamente” Bruxelas.

Grand Place - Bruxelas

Sou fã de carteirinha da Grand Place. Pela história milenar, pela composição mosaiquica de sua arquitetura, pela pluralidade de seu público e até pelo paralelepípedo da praça. É claro que encontramos muito mais na cidade: a política (sede da comunidade européia), o real (uma das monarquias mais respeitadas do velho continente); o sabor (do chocolate); o moderno; o utópico (Atomium e a Feira Mundial de 1957); o Pop (uma das principais capitais de cartoons do mundo); e é claro, o festivo (beer).

Mas… no final do dia ou das contas, tudo passa, termina e se encontra na Grand Place.

By night

Até o próximo… ;)

Monday 12 July 2010

O caso do arqueiro daquele time.

Assim como uma catastrofe natural, um escândalo de corrupção e um desastre ambiental, todo ano há um caso de homicídio que a imprensa o coloca no pedestal da incredulidade e trata de expor ao máximo possível (torcendo de tal forma que quer ver até a última gota sair desse pano molhado).

Pelo que minha falha memória consegue lembrar cito o caso Suzane Von Richtofen (2002) e Isabela Nardoni (2008) que tiveram repercussão semelhante à esse caso do goleiro Bruno.

A polêmica cai na boca da imprensa e na boca do povo, todo mundo quer dar seu parecer dos “por ques” disso ter acontecido. E pelo que parece, ao escrever esse blog eu faço o mesmo. Definimos claramente o mocinho e o bandido, o bem e o mal, o certo e errado; o passado da pessoa é revirado buscando indícios de alguma pista que mostrasse que ela estava predestinada à fazer aquilo. Nesse caso, por exemplo, acabei de ver uma reportagem que falava que o goleiro já havia jogado em um time de penitenciária, como se isso fosse algum indício.

Outra matéria que me chamou atenção e foi até pauta de uma conversa com meu pai, foi uma dessas “mesas redondas” onde um “especialista” dizia que a origem pobre do goleiro rodeado de criminalidade (especialmente o tráfico de drogas) acabava sendo um forte chamariz para o aliciamento de jovens com a promessa de dinheiro fácil e de respeito (supostamente não conseguidos na sociedade onde eles estão inseridos). [Não que o Bruno tenha ido para esse caminho (pelo menos até esse acontecimento), mas por ter um ciclo de amizades com essas características.]

Sabemos por alto que a criminalidade possui seu próprio código moral, bem como suas próprias formas de punição para aqueles que vão contra seus objetivos ou anseios (reconhecidamente essas práticas são percebidas no relato do menor ao contar como a moça foi assassinada).

O tom da reportagem indicava que aqueles que entravam para o crime e tinham origem pobre, eram vítimas da sociedade que não dava condições para que eles se sustentassem. Como se manter na linha com um salário de R$ 510,00 enquanto a criminalidade pode te oferecer R$ 4, 5 ou 6 mil por mês?! Muito tentador, não é?!

Para ser curto e grosso: se eles são vitimas, todos nós somos. Pois como escutamos desde criancinha: o caminho errado é o mais fácil e o certo é o mais difícil. Independente de classe social, raça, altura, quantidade de braços ou pernas, para todos nós, as oportunidades de tirar vantagem ou ter aquilo que não nos pertence estão ao nosso alcance diariamente, a escolha de pegá-las ou não é sempre nossa. Basta olhar para Brasília, longe de ser uma favela nos dá exemplos diários do que quero dizer.

Longe de ser um problema de dinheiro ou classe. O problema é de educação (familiar e escolar): pais separados, agressão familiar, criação dos filhos relegado à escola, à rua ou à qualquer outra pessoa ou agente social que não sejam os pais; Quanto à educação escolar, essa é de baixa qualidade, onde os professores são mal pagos, desvalorizados e reféns, os alunos são relegados, marginalizados e por ai vai. Estamos vivendo a era dos índices: precisamos diminuir o índice de repetência (assim ficamos bonito na foto, mesmo que o aluno chegue no 4o ano sem saber ler), precisamos aumentar o indicie de pobres nas universidades públicas (assim ficamos bonito na foto, mesmo que para isso rasguemos a constituição, criemos um forte apelo preconceituoso entre os estudantes e baixemos o nível na qualidade do ensino das universidades). Na verdade não estamos na era dos índices, mas sim na era dos engodos.

Me engana que eu gosto.

É tu governo!

O Fome Zero vai completar 8 anos e ao invés de reduzir a quandidade de famintos o programa só tem aumentado. Isso quer dizer que tem mais gente passando fome? Estamos regredindo? Por que eu nunca ouvi falar no Brasil em controle de natalidade?

Mantenha o povo aliendado (sem educação), dê pão (Fome Zero) e Circo (Copa 2014 e Olimpiadas 2016), o resultado é mais de 80% de aprovação e vitória na eleição.

………….

Voltando ao caso Bruno… ele é um bárbaro e ela não era flor que se cheirasse. Por que não ficaram juntos?!