Monday 12 July 2010

O caso do arqueiro daquele time.

Assim como uma catastrofe natural, um escândalo de corrupção e um desastre ambiental, todo ano há um caso de homicídio que a imprensa o coloca no pedestal da incredulidade e trata de expor ao máximo possível (torcendo de tal forma que quer ver até a última gota sair desse pano molhado).

Pelo que minha falha memória consegue lembrar cito o caso Suzane Von Richtofen (2002) e Isabela Nardoni (2008) que tiveram repercussão semelhante à esse caso do goleiro Bruno.

A polêmica cai na boca da imprensa e na boca do povo, todo mundo quer dar seu parecer dos “por ques” disso ter acontecido. E pelo que parece, ao escrever esse blog eu faço o mesmo. Definimos claramente o mocinho e o bandido, o bem e o mal, o certo e errado; o passado da pessoa é revirado buscando indícios de alguma pista que mostrasse que ela estava predestinada à fazer aquilo. Nesse caso, por exemplo, acabei de ver uma reportagem que falava que o goleiro já havia jogado em um time de penitenciária, como se isso fosse algum indício.

Outra matéria que me chamou atenção e foi até pauta de uma conversa com meu pai, foi uma dessas “mesas redondas” onde um “especialista” dizia que a origem pobre do goleiro rodeado de criminalidade (especialmente o tráfico de drogas) acabava sendo um forte chamariz para o aliciamento de jovens com a promessa de dinheiro fácil e de respeito (supostamente não conseguidos na sociedade onde eles estão inseridos). [Não que o Bruno tenha ido para esse caminho (pelo menos até esse acontecimento), mas por ter um ciclo de amizades com essas características.]

Sabemos por alto que a criminalidade possui seu próprio código moral, bem como suas próprias formas de punição para aqueles que vão contra seus objetivos ou anseios (reconhecidamente essas práticas são percebidas no relato do menor ao contar como a moça foi assassinada).

O tom da reportagem indicava que aqueles que entravam para o crime e tinham origem pobre, eram vítimas da sociedade que não dava condições para que eles se sustentassem. Como se manter na linha com um salário de R$ 510,00 enquanto a criminalidade pode te oferecer R$ 4, 5 ou 6 mil por mês?! Muito tentador, não é?!

Para ser curto e grosso: se eles são vitimas, todos nós somos. Pois como escutamos desde criancinha: o caminho errado é o mais fácil e o certo é o mais difícil. Independente de classe social, raça, altura, quantidade de braços ou pernas, para todos nós, as oportunidades de tirar vantagem ou ter aquilo que não nos pertence estão ao nosso alcance diariamente, a escolha de pegá-las ou não é sempre nossa. Basta olhar para Brasília, longe de ser uma favela nos dá exemplos diários do que quero dizer.

Longe de ser um problema de dinheiro ou classe. O problema é de educação (familiar e escolar): pais separados, agressão familiar, criação dos filhos relegado à escola, à rua ou à qualquer outra pessoa ou agente social que não sejam os pais; Quanto à educação escolar, essa é de baixa qualidade, onde os professores são mal pagos, desvalorizados e reféns, os alunos são relegados, marginalizados e por ai vai. Estamos vivendo a era dos índices: precisamos diminuir o índice de repetência (assim ficamos bonito na foto, mesmo que o aluno chegue no 4o ano sem saber ler), precisamos aumentar o indicie de pobres nas universidades públicas (assim ficamos bonito na foto, mesmo que para isso rasguemos a constituição, criemos um forte apelo preconceituoso entre os estudantes e baixemos o nível na qualidade do ensino das universidades). Na verdade não estamos na era dos índices, mas sim na era dos engodos.

Me engana que eu gosto.

É tu governo!

O Fome Zero vai completar 8 anos e ao invés de reduzir a quandidade de famintos o programa só tem aumentado. Isso quer dizer que tem mais gente passando fome? Estamos regredindo? Por que eu nunca ouvi falar no Brasil em controle de natalidade?

Mantenha o povo aliendado (sem educação), dê pão (Fome Zero) e Circo (Copa 2014 e Olimpiadas 2016), o resultado é mais de 80% de aprovação e vitória na eleição.

………….

Voltando ao caso Bruno… ele é um bárbaro e ela não era flor que se cheirasse. Por que não ficaram juntos?!

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