Saturday 19 February 2011

Can you feel it?!

Hoje em um chat com uma amiga, onde o tema era a escolha de um apartamento, ela confessou não gostar de residências com cozinha americana, pois ao cozinhar o cheiro de comida acaba impregnando por todo o local. Poxa! Nesse momento, mais uma vez na vida me senti um cara afortunado, pois tenho um modelo de cozinha americando e não tenho esse tipo de problema.

Fato é que cozinhar, apesar de um gosto muito intenso, acaba não sendo um hábito da minha pessoa. Tanto é que minha conta de gás só vem de quatro em quatro meses, pois é esse o tempo necessário para que eu tenha um gasto que justifique a emissão de um boleto na casa dos econômicos oito reais (acredito que muito desse gasto deve à vazamentos).

Nada mais justo dizer então que sou um frequentador assíduo de restaurantes, bares e lanchonetes para realizar minhas refeições diárias. Desde restaurantes mais chiques quando estou em reuniões pela empreas até os muquifos mais desqualificados que o gasto maior é com a coca cola do qua com a refeição propriamente dita, lá estou eu fazendo a refeição fora de casa e favorecendo os números crescentes das empresas chamadas de food service.

Dessa forma, com um pouco de soberba, qualifico-me como uma pessoa possuidora de um expertise crítico mínimo para avaliar, não só, a qualidade da comida, mas também a proposta entregue pelo lugar, filosoficamente falando, a alma do lugar; e em linguagem popular, o famoso, cara crachá. Ex.: se o PF da esquina vende realmente comida barata e acompanhada de dezenas de varejeiras voadoras e por ai vai.

Como é inerente ao meu ser, vou ser um “cadin” prolíxo, mas que no final com um esforço honesto da parte do leitor se conseguirá fazer as conexões necessárias para o assunto em questão.

Até o próximo aumento da Selic, consideremos que o acesso ao crédito no Brasil está em expansão. Nunca na história desse país foi tão fácil pegar dinheiro emprestado com taxas atrativas, o resultado desse processo é um boom de empreendimentos empresariais em todos os segmentos, mas por um direcionamento específico citarei, exatamente, o de bares e restaurantes.

Em Goiânia, não sei se é tradição, mas há um numero representativo de novos estabelecimentos, com choop gelado, petisco saboroso e descoração cool. Mas em 90% deles falta a ALMA, o choop é Brahma (muito bom, mas que todo mundo tem), o petisco é o mal fadado “chapa de picanha com queijo, tomate e pimentão” (gostoso, mas que além de todo mundo ter, em alguns lugares a picanha é acompanhamento e vem já em estado carvonístico) e a decoração [seria] cool se fossem apresentados separadamente, juntos compõem um ambiente carnavalesco que dura o ano inteiro e sem a vibe venho aqui reinvindicar.

Sendo positivista, não tornarei esse blog uma ferramenta (mesmo que perdida nos porões com teias de aranha da net) de agressão direta a quem não aprovo, mas há lugares (sic) que se empapagaiam de quadros de Elvis, Marilyn Monrooe, Michael Jackson, O Poderoso Chefão, etc; objetos da cultura nordestina e tem como trilha sonora um sertanejão universitário do bom! Simplismente não dá! Adoro todas essas referências, mas separadamente, imaginar Janis Joplin cantando Delegada é uma das maiores infâmias que pode-se cometer.

Em contrapartida, como todas as guerras, há as heróicas resistências, desde pequenas milícias, passando por guerrílhas até exércitos, lutando por algo a mais, fugindo do “bastantão”, do mais do mesmo. Esses são dignos de comentários e elogios.

- O Bar do Caixote (no sopé de algum morro de BH), lugar onde todos sentam-se em caixotes de feira e ao som de uma Jukebox. O assunto que flui nas conversas é de relacionamentos e crimes passionais, futebol e mulher no mais vulgar dos vocabulários. Cerveja gelada e algum tijolo frito da melhor qualidade (Só para ficar filosófico mesmo, pois o Boteco já fez, ou ainda faz, parte do famoso Comida de Buteco de BH). A alma desse lugar vai para o Céu!

Bar do Caixote - Fonte: CANABRAVA, Delio. Botecos de Belo Horizonte. Blog Comensais. <http://www.comensais.com.br/botecos-de-belo-horizonte.htm>. Acesso em 18/02/2011

- Segundo que cito é o Belgian Dash (Goiânia), uma genuína e memorável casa de cerveja que em certo momento e após umas e outras me recorda até uma taberna européia. Local agradabilícimo, com uma carta (sim carta) de cerveja invejável (Guinness do barril e Duvel, são os destaques), tiragosto pouco variável mas o existente é de primoroso sabor e perfeito para a ocasião; e a música, aahhhh a música (blues, classic rock e folk). Meia luz, exposição das cervejas vendidas e pessoal eclético completam essa ótima pedida. Como tudo necessita de uma observação: é só tirar o esporte da televisão.

- Para dizer que não só falei de bares. Faço uma breve, mas considerável citação do Empório Piquiras (também em Goiânia), ótimo empório e restaurante. Entretanto faço questão de terminar esse blog citanto o Bolshoi Pub. Realmente há algo de diferente nesse lugar (tanto quanto os outros citados aqui), mas esse pub/casa de shows é um desbunde, suas instalações tipo galpão, com cadeiras/poltronas tipo as de avião, quadros das lendas do pop, rock, blues, folk mundial e da cultura pop/cult; cervejas impotadas e variadas fazem desse lugar um ponto diferenciado no Centro Oeste, mas é no palco com cortinas de veludo vermelho que se sente o sangue pulsante desse lugar. Atrações inimagináveis e antológicas pousam no palco de 50 centímetros de altura e não mais de dez metros quadrados de área. Lobão, The Doors (sim! os remanescentes) e J.J. Jackson são alguns exemplos de nomes que já tocaram aquele solo.

Dia 12 de Fevereiro de 2011

“Can you feell what I feel?!”

Aqui vai meus parabéns para aqueles que querem algo a mais do que simplismente ganhar dinheiro, querem mostrar algo. No fim acabam também preenchendo sua conta bancária, mas fazem isso com estilo! E isso, pelo menos para mim, faz toda a diferença!

See you soon