Wednesday 4 December 2013

A flecha atirada e a palavra proferida

Manual do silêncio, da inteligência e porque não, do bom senso.

A revolução digital capitaneada pela internet deu voz aos mudos, democratizou a fala e a opinião. Com ela, todo mundo pôde ser ouvido, mesmo que fosse nos porões da rede através de seus blogs, sites, etc. Novos escritores, cineastras, fotógrafos e críticos surgiram, grande parte deles amadores, mas produzindo bons materiais, dignos dos profissionais.

Todos não só passaram a ter alguma coisa a dizer como fizeram questão de o fazer. De fato,  a produção do discurso na internet deu-se em escala industrial, entretanto para todo narrador se faz necessário um ouvinte. Com tanta coisa para dizer passamos a escutar pouco, ou quase nada, com isso refletimos menos ainda e palavras e opiniões são vomitadas gratuitamente sem compromisso com a verdade e com as consequências desses atos.

Tenho duas passagens interessantes para contextualizar esse tema extenso e complexo:

Passagem 1) Quando adolescente, lá pelos 14/15 anos, recebi um comentário de um Sr. de 60 anos que me lembro muito bem até hoje: 
"- Lorenzo, gostei de você porque ouve." - Esse comentário me soou como um elogio. 
Hoje, admito que falo muito mais do que naquela época, parte por ter me tornado mais irreverente, mas por outra parte por ter mais experiência e de forma suscita, ocasionalmente, acho que sei de alguma coisa.

Passagem 2) Minha irmã tem Facebook há um tempo relativamente bom, nunca foi uma heavy user como eu, por exemplo, pouco posta ou quase nunca. Um dia qualquer, olhando os meus feeds vi que ela havia postado algo, na hora, parei para ver de que se tratava e após ver o seu depoimento sobre uma loja que ela havia visitado fiquei refletindo: Em um mundo onde todo mundo tem alguma coisa a dizer, eu paro para escutar aqueles que quase nunca falam, pois a probabilidade de dizerem alguma coisa de conteúdo é muito maior (como se mostra a maioria das vezes).

:::::::::::::::::::::::::::

Esses episódios trazem a tona algumas reflexões:

Ouvir é diferente de escutar. Você resolve problemas do "ouvir" falando alto e gritando, mas o do escutar é preciso dizer algo com significado e isso só é possível com reflexão.Quer ser escutado? Procure falar menos, dessa forma sua voz não se torna paisagem e quando dita, ela se torna algo diferente nessa poluição sonora em que vivemos, além do mais o silêncio abre espaço para o cérebro trabalhar. Ultimamente temos exercitado pouco ele.

Devemos tomar cuidado com a democracia da internet, estamos confundindo ela com anarquia. O fato de podermos dizer o que quisermos não nos da o direito de o fazer. Essa suposta democracia esta se tornando uma tirania na mão dos comuns, mostrando que a falta de leis em nosso país para os atos feitos na internet e um pseudo anonimato que o monitor pode proporcionar revelam (ou confirmam) a real inteligência moral da sociedade brasileira agindo de acordo apenas sob ameaça de punição. Educação e formação de base familiar são as formas de elevar o nível da inteligência moral de nossa sociedade.  

Lembre-se que "Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida" (Provérbio Chinês)

Sunday 10 November 2013

Brincadeiras de criança: Manual de futebol alternativo #1

Já me falaram que ideias e lembranças você tem que anotar imediatamente senão você logo esquece, dai o caro leitor já sabe o motivo deste blog, o primeiro em meses. Não só isso, ele também serve de registro para as novas gerações de crianças e adolescentes que desejam ter experiências que vão além do brincar sozinhos e/ou na frente da TV. 

Na minha época, brincar sozinho começou a ser rotina pra lá dos 10 anos, nesse período, meu pai participava bastante das brincadeiras quando podia. No sentido de ser democrática e fisicamente possível para os mais velhos, a brincadeira (nessa idade a atividade basicamente era futebol) devia ser comedida, sem muita correria e em um área pequena. Não lembro o nome ao certo, mas é bem provável que chamava-se Golzinho.

Para a prática da brincadeira precisa-se:

04 pessoas (no mínimo);
01 bola (óbvio);
01 trave de tamanho médio/grande (a maioria das vezes que brinquei nunca houve uma real trave, mas sim demarcações com chinelo, paus, pedras ou o que fosse útil para representar o gol).
Demarcação de marca de pênalti (não há uma distância pré-definida, usa-se o bom senso);
Demarcação de área (não há um tamanho pré-definido, usa-se o bom senso);

Como jogar:

Divide-se as pessoas em duplas;
A essência do jogo é a disputa de pênaltis;
O jogo é disputado em 12 rodadas, sendo 06 para cada dupla; 
Cada jogador cobra 03 penalidades;
Durante a cobrança o jogador que não estiver cobrando o pênalti deve se posicionar atrás do gol, ou ao lado da trave para fins de pegar o rebote, se houver;
Enquanto uma dupla cobra, a outra defende (sendo os dois jogadores atuando como goleiros simultaneamente). Isso mesmo, há dois goleiros.
Havendo defesa (espalmada) ou bola na trave (não indo para fora) há rebote;
Gol feito através de cobrança de pênalti vale 01 ponto;
Gol feito durante o rebote vale 02 pontos;
Ganha a dupla que ao final das 12 rodadas ter a maior quantidade de pontos;

A regra é clara:

Há linha de fundo. Dessa forma, há escanteio. Tiro de meta, encerra-se a rodada em questão.
A divisão de cobranças fica a critério dos participantes, mas recomenda-se a cada 3 cobranças, alternar a equipe; 
Pênalti espalmado dá rebote. Bola retida nas mãos do goleiro de forma segura encerra-se a rodada, desde que ela seja devolvida com os pés. Bola devolvida com as mãos (independente do tempo que estiver nas mãos do goleiro) poderá dar rebote;
Durante o rebote, um dos goleiros torna-se jogador de linha objetivando recuperar a bola e devolver para o goleiro agarrar e por fim à rodada. Esse jogador deverá permanecer como jogador de linha até o final da rodada, não podendo mais pegar a bola com as mãos.
Durante o rebote, a equipe atacante só poderá fazer o gol dentro da área. Gol feito de fora da área encerrará a rodada.
Havendo chute fora da área e ocorrendo desvio dentro da área (ex.: toque de outro jogador, bater na trave e espalme do goleiro) ocasionando o gol, este se torna válido;



:::::::::::::::::::::::::::::::::

Só de descrever aqui veio a lembrança de como é divertido esse jogo e, pela primeira vez, espero que esse blog seja lido e que as crianças/adolescentes tenham o prazer semelhante que tive ao brincar desse jogo.

Bom divertimento!

Sunday 12 May 2013

Legado


Como ser humano sempre pensei que nosso destino fosse deixar um legado seja ele qual fosse, ao longo da vida alguns se perguntam que história estão escrevendo e o que deixarão marcado, principalmente, nos corações e nas mentes daqueles que os rodearam durante nossa breve passagem.

Parando para pensar é uma baita responsa e que muitas vezes é preferível nem pensar e “deixar a vida te levar”. Entretanto o tempo não perdoa e quando vai ver ele vem prestar contas, não deixando muitas chances de reparação.

Cura de uma doença, invenção de um aparelho revolucionário e acordo de paz que salvará milhões, são as opções que figuram entre as mais ambicionadas. Não para mim, considero que a maior delas é vista com uma frequência maior do que imaginamos: o legado de ter UM FILHO.

Não é um legado que qualquer um pode deixar, só uma MÃE tem tal opção.
Ao tê-la, ela está tomando uma das atitudes mais arriscadas da sua vida, pois está concebendo algo incontrolável, que causará eterna aflição em seu coração, no início seu sono será tirado pelo constante barulho que ele causa e depois, ao sair de casa, o silêncio que ele deixou à cobrirá de dúvidas se está tudo bem com ele.

Em especial nesse dia das mães, olho para a minha e vejo o seu legado vem se transformando, perpetuado e multiplicando. Fato é que nesse ano, minha amada irmã, também se tornou mãe, com isso, claramente percebo que todos os conceitos de bondade, honestidade, dedicação à família, fé à Deus e um amor incondicional que impressiona permanecerão por muito tempo nesse mundo... que bom!

Mãe e Rafa... feliz dia das mães, amo vocês!

Mãe, Rafa e Pedro

Sunday 5 May 2013

What a wonder


Imagine-se voltando no tempo, muito além do seu nascimento, do seu pai e até mesmo o do seu avô. Imagine-se lá em meados do século XVI, você na pele de um explorador espanhol, incrustado nas matas de uma floresta subtropical no Novo Mundo e rodeado pelo exótico, pelo novo e pelo incerto.

A sinfonia de ruídos da floresta aos poucos começa a ser abafada por um som continuo e que a cada passo ganha força emudecendo qualquer outra forma de sonoridade e a partir de certo ponto torna-se ameaçador, mas ao mesmo tempo, muito intrigante.

À medida que o som vai crescendo, o clima começa a ficar mais úmido do que de comum. Geralmente, no meio da mata, o calor por mais forte que esteja é quase imperceptível, mas a incomum umidade faz com que ele se torne latente e bastante incomodo. Subitamente o terreno fica íngreme e você se vê obrigado a apoiar-se nas arvores por conta da inclinação, estranho encontrar relevo tão acidentado, pois até então o ele era basicamente plano.

O barulho uníssono e elevado; o calor excessivo e a mudança súbita de relevo deixam seus sentidos em alerta como se algo fosse surgir do nada defronte aos seus olhos. Mais uma vez seu pressentimento demonstra ser digno de confiança: a densa relva cessa e um clarão do sol de tarde de outono aflige suas vistas deixando-os com cegueira branca, nesse momento um spray d'água burrifa seu rosto e seu pescoço amenizando consideravelmente o calor. Aos poucos, a íris dos seus olhos se ajustam e começa-se a delinear algo nunca antes visto, as linhas ganham profundidade, textura e cores.

Você encontra-se rodeado de quedas d'água, de todos os tipos e tamanhos que vão além de todo e qualquer poder que sua fértil imaginação de aventureiro pudesse ter lhe dado algum dia.

Êxtase, puro êxtase! Essa poderia ter sido a sensação sentida por Álvar Nunes Cabeza de Vaca ao deparar-se com as Cataratas do Iguaçu em longínquos 1542 e que continua a impregnar milhares de visitantes e exploradores que se seguiram ao longo desses cinco séculos.

Formada por impressionantes 275 quedas d'água, esse encontro de rio + cânion encanta pela magnitude. Ali tudo é imenso: altura das quedas (chegando a 84 metros), volume d'água e o verde que cerca o Parque Nacional do Iguaçu; pequeno mesmo só nós homens que somos rebaixados a meros coadjuvantes diante à tanta imponência. Legal seria se esse "rebaixamento" fosse sentido com mais frequência, dessa forma poderíamos viver em um mundo diferente.

Neste lugar, até os feitos do homem impressionam, pois te proporcionam um número incontável de paisagens do continuo espetáculo e uma infraestrutura elogiável. Entretanto, nada que o homem tenha construído ou imaginado em realizar nesse lugar chega perto do que a natureza criou e proporciona 24 horas por dia.









Fonte: Wikipedia Brasil <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cataratas_do_igua%C3%A7u>, acessado em 05 de maio de 2013.


Monday 29 April 2013

Muito óleo de peroba

Sabe o que é a coisa mais interessante quando falamos de HISTÓRIA? Sempre achamos que esta lá longe e nunca fazemos parte dela!

Entretanto, parafraseando uma propaganda política que escutei esta semana: "Já observamos um sociólogo presidente, um operário e a primeira mulher à ocupar o cargo máximo do executivo desse país, fato inédito e que entrou para a história". É preciso perceber que não só estamos participando da história como interagimos com ela. Contudo, percebo que não fazemos questão nenhuma em ser protagonistas, mas sim coadjuvantes fazendo questão de estar lá no fundo da tela, totalmente desfocados e passando desapercebidos.

Minha voz é pequena, mas preciso me pronunciar, mesmo achando que não serei escutado, por isso àqueles que se perdem na internet e caem aqui neste blog peço que façam uma reflexão, pois nosso país está passando por um momento único onde a história e as gerações futuras irão cobrar quais atos que tomamos nesse momento.

Desde os primórdios fomos assolados pela corrupção, de tão constante e outras vezes tão intensa acabamos colocando ela em um lugar comum como se fosse algo inerente à nossa natureza, mas ela não é e nem deve ser tratada como tal! Eventos recentes chacoalharam as coisas, buscando uma luz no fim do túne: Lei da ficha limpa, Julgamento do mensalão e até o aplauso ovacionado de uma sala de cinema após a surra dada pelo Coronel Nascimento no deputado Guaraci no filme Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro (Zazen Filmes, 2010) são provas de que uma parte boa da sociedade quer mudança, mas que muitas vezes não sabe identificar o que esta acontecendo, muito menos como fazer para sua voz ser sentida.

Pois bem, estamos defronte à ações do congresso nacional que, evidentemente, visam fragilizar alguns dos poderes institucionais vigentes que soluçam algumas iniciativas objetivando confrontar o escândalo corruptivo que assola nosso país, cito aqui:

- Restrições à criação de de partidos políticos, Projeto de Lei 4470/12;
- Proposta de Emenda à Constituição #37 (PEC 37): "Inviabilizará - o Ministério Publico de realizar - investigações contra o crime organizado, desvio de verbas, corrupção, abusos cometidos por agentes do Estado e violações de direitos humanos." (fonte: www.mp.pr.gov.br, 26.abr.2013)
- [e a mais absurda] Proposta de Emenda à Constituição #33 (PEC 33): Que aumenta a necessidade de votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal para vetar emendas à constituição (hoje são necessário 6 votos e a proposta é passar para 9 dos 11 votos possíveis). Além de tirar do STF a ultima palavra sobre ações que questionam a legalidade de emendas à constituição. Claramente essa Proposta realizada pelo ilustre (#not) deputado federal NAZARENO FONTELLES (PT (!) - PI) soa como represália à ação independente do Supremo no Julgamento do Mensalão. Não entendo minhas palavras como levianas uma vez que a votação realizada e aprovada no dia 24 de abril de 2013 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contou com notórios votos dos deputados condenados pelo mensalão JOSÉ GENUÍNO (PT) e JOÃO PAULO CUNHA (PT).

Como diz Arnaldo Jabour em seu editorial colocado abaixo, isso se configura em mais uma peça no quebra-cabeça político e governamental de mutar a democracia no Brasil para um governo populista, sensacionalista e que se afasta a cada dia de tudo aquilo que diz fazer e defender (vide Venezuelas e Argentinas da vida que nosso governo esta casado).
Espero que eu não seja o único incomodado com esses atos e que esse meu desconforto seja o seu desconforto, que o não saber o que fazer se transforme em diálogo para se buscar e entender o que pode ser feito e não nos calemos por achar que "isso é assim mesmo".

Essa foi a minha forma de me movimentar e se você tem alguma idéia do que pode-se fazer compartilhe sua opinião no mural.
É dessa forma que não termino meu blog, muito menos a discussão sobre o tema...

http://m.youtube.com/#/watch?v=hRdX5tWYeuM&desktop_uri=%2Fwatch%3Fv%3DhRdX5tWYeuM

Thursday 28 March 2013

A ressaca da nova lei seca

No último blog eu disse o quão louvável foi o advento da Nova Lei Seca, ela já manifesta uma mudança comportamental nos brasileiros não só de ordem cultural, mas também está provocando mudanças econômicas.

Sob o aspecto cultural faço uma associação ao hábito de colocar o cinto de segurança, ação que se tornou comum devido à extensa campanha realizada no inicio da década de 1990 e que hoje, felizmente, esta no cotidiano da grande parte dos motoristas.

Quanto ao aspecto econômico cito que ao deixar o carro em casa a economia em alguns aspectos é incentivada: taxi seria o mais obvio, mas também é percebido um movimento de setorização de bares e restaurantes. Pequenos centros gastronômicos têm se formado nos bairros em detrimento de grandes concentrações antes observadas. Exemplo é a região do Triângulo das Bermudas em Vitória (ES) - tradicional zona gastronômica da cidade - que passa por um processo de deterioração do número de estabelecimentos nunca antes visto. Lei seca, aluguéis elevados e crescimento da cidade para outros bairros seriam as três principais justificativas para o caso.

Entretanto, tenho observações (para não dizer criticas) quanto à ação do governo referente aos ecos criados pela Nova Lei Seca. Sendo mais específico, ao deixar o carro em casa, o cidadão opta pelo táxi e falando por experiência própria, já peguei taxistas que dirigiam em condições suspeitas: fadiga, sono, incapacidade e falta de zelo pelo passageiro são pontos que cito para refletir sobre a heterogeneidade comportamental dessa classe. Quem nunca entrou em um táxi cujo o condutor não apresentasse tais características?!

Engraçado que o profissional que vive no transito é aquele que mais desrespeita as leis criadas para protegê-los.

Gosto muito da idéia do vinculo do taxista à cooperativas, de longe são os que mais apresentam um melhor padrão de atendimento, conservação do automóvel e respeito aos conceitos de uma direção segura. Outro ponto favorável é que embaixo do guarda chuva de cooperativas a fiscalização torna-se mais fácil do que aquela que atua 'um a um' no profissional autonomo.

Outro ponto importante a ressaltar é que a regulamentação da atuação desse profissional deve ser cunhada em nível federal, deixando aos estados e municípios o trabalho de fiscalização, dessa forma dificultaria ações suspeitas ou paternalistas por parte do poder público local tão comumente visto no nosso país.

Monday 11 March 2013

Os meandros da lei


Os meandros da lei

Há poucos dias entrou em vigor a Nova Lei Seca que literalmente roga o conceito de "Tolerância zero". É um avanço aquela estabelecida em 2007/08 e que ao longo  desses 5 ou 6 anos surtiu resultados positivos, salvando vidas e humanizando o desumano transito de nosso pais, mas percebeu-se que sua eficiência com aqueles que insistiam em desrespeita-la ia diminuindo e apresentadores, senadores e cidadãos comuns conseguiam burla-la ao se negar em fazer o teste do bafômetro apoiados em brechas e meandros que nosso sistema legal se sustenta. 

Toda minha ignorância legal me permite (e ouso) dizer que esses excessos e brechas são parte da essência da nossa constituição de 1988, alicerçada na herança de 20 anos de ditadura militar que mutilou os direitos civis  dos brasileiros, nos traumatizando e nos deixando com medo. Entretanto, pensem comigo, já temos mais tempo da nova democracia do que tivemos de ditadura, já se foram 25 anos da nova constituição, o medo já passou e sinto que hoje temos mais oportunistas defendendo supostos princípios de liberdade para beneficio próprio do que para o bem comum. Vamos partir da premissa que não somos ingênuos e lembremos que liberdade é muito diferente de anarquia.

Regras e leis existem e devem ser respeitadas. Não sendo, que arquemos com as consequências.

Dessa forma, voltando à "Nova Lei Seca" achei muito louvável sua construção, soou como uma vontade genuína em fazer o bem e acabar com o massacre existente nas nossas ruas e estrada, uma vez que, tive informação de que o álcool esta relacionado com mais de 70% dos acidentes de transito. 

A adição de depoimentos, vídeos e comportamentos suspeitos como provas de embriagues foi de extremo valor para dar eficiência à nova lei, associado ao aumento da punição e à transformação da embriagues no transito em crime. 

Soou-me agora que o mecanismo funciona da seguinte forma: "Você está bêbado, me prove o contrario". Esse modo de pensar é muito interessante para confrontar o jeitinho brasileiro que estava se disseminando no comportamento dos motoristas que insistiam em dirigir alcoolizados e de maneira revoltante conseguiam se safar.