Imagine-se
voltando no tempo, muito além do seu nascimento, do seu pai e até mesmo o do
seu avô. Imagine-se lá em meados do século XVI, você na pele de um explorador espanhol,
incrustado nas matas de uma floresta subtropical no Novo Mundo e rodeado pelo
exótico, pelo novo e pelo incerto.
A sinfonia de
ruídos da floresta aos poucos começa a ser abafada por um som continuo e que a
cada passo ganha força emudecendo qualquer outra forma de sonoridade e a partir
de certo ponto torna-se ameaçador, mas ao mesmo tempo, muito intrigante.
À medida que o
som vai crescendo, o clima começa a ficar mais úmido do que de comum. Geralmente,
no meio da mata, o calor por mais forte que esteja é quase imperceptível, mas a
incomum umidade faz com que ele se torne latente e bastante incomodo. Subitamente
o terreno fica íngreme e você se vê obrigado a apoiar-se nas arvores por conta
da inclinação, estranho encontrar relevo tão acidentado, pois até então o ele
era basicamente plano.
O barulho
uníssono e elevado; o calor excessivo e a mudança súbita de relevo deixam seus sentidos
em alerta como se algo fosse surgir do nada defronte aos seus olhos. Mais uma
vez seu pressentimento demonstra ser digno de confiança: a densa relva cessa e
um clarão do sol de tarde de outono aflige suas vistas deixando-os com cegueira
branca, nesse momento um spray d'água burrifa seu rosto e seu pescoço
amenizando consideravelmente o calor. Aos poucos, a íris dos seus olhos se
ajustam e começa-se a delinear algo nunca antes visto, as linhas ganham
profundidade, textura e cores.
Você encontra-se
rodeado de quedas d'água, de todos os tipos e tamanhos que vão além de todo e
qualquer poder que sua fértil imaginação de aventureiro pudesse ter lhe dado
algum dia.
Êxtase, puro
êxtase! Essa poderia ter sido a sensação sentida por Álvar Nunes Cabeza de Vaca
ao deparar-se com as Cataratas do Iguaçu em longínquos 1542 e que continua a
impregnar milhares de visitantes e exploradores que se seguiram ao longo desses
cinco séculos.
Formada por
impressionantes 275 quedas d'água, esse encontro de rio + cânion encanta pela
magnitude. Ali tudo é imenso: altura das quedas (chegando a 84 metros), volume d'água
e o verde que cerca o Parque Nacional do Iguaçu; pequeno mesmo só nós homens que
somos rebaixados a meros coadjuvantes diante à tanta imponência. Legal seria se
esse "rebaixamento" fosse sentido com mais frequência, dessa forma
poderíamos viver em um mundo diferente.
Neste lugar, até os feitos do homem impressionam, pois te proporcionam um número incontável de paisagens do continuo espetáculo e uma infraestrutura elogiável. Entretanto, nada que o homem tenha construído ou imaginado em realizar nesse lugar chega perto do que a natureza criou e proporciona 24 horas por dia.
Fonte: Wikipedia
Brasil <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cataratas_do_igua%C3%A7u>,
acessado em 05 de maio de 2013.
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