Sunday 5 May 2013

What a wonder


Imagine-se voltando no tempo, muito além do seu nascimento, do seu pai e até mesmo o do seu avô. Imagine-se lá em meados do século XVI, você na pele de um explorador espanhol, incrustado nas matas de uma floresta subtropical no Novo Mundo e rodeado pelo exótico, pelo novo e pelo incerto.

A sinfonia de ruídos da floresta aos poucos começa a ser abafada por um som continuo e que a cada passo ganha força emudecendo qualquer outra forma de sonoridade e a partir de certo ponto torna-se ameaçador, mas ao mesmo tempo, muito intrigante.

À medida que o som vai crescendo, o clima começa a ficar mais úmido do que de comum. Geralmente, no meio da mata, o calor por mais forte que esteja é quase imperceptível, mas a incomum umidade faz com que ele se torne latente e bastante incomodo. Subitamente o terreno fica íngreme e você se vê obrigado a apoiar-se nas arvores por conta da inclinação, estranho encontrar relevo tão acidentado, pois até então o ele era basicamente plano.

O barulho uníssono e elevado; o calor excessivo e a mudança súbita de relevo deixam seus sentidos em alerta como se algo fosse surgir do nada defronte aos seus olhos. Mais uma vez seu pressentimento demonstra ser digno de confiança: a densa relva cessa e um clarão do sol de tarde de outono aflige suas vistas deixando-os com cegueira branca, nesse momento um spray d'água burrifa seu rosto e seu pescoço amenizando consideravelmente o calor. Aos poucos, a íris dos seus olhos se ajustam e começa-se a delinear algo nunca antes visto, as linhas ganham profundidade, textura e cores.

Você encontra-se rodeado de quedas d'água, de todos os tipos e tamanhos que vão além de todo e qualquer poder que sua fértil imaginação de aventureiro pudesse ter lhe dado algum dia.

Êxtase, puro êxtase! Essa poderia ter sido a sensação sentida por Álvar Nunes Cabeza de Vaca ao deparar-se com as Cataratas do Iguaçu em longínquos 1542 e que continua a impregnar milhares de visitantes e exploradores que se seguiram ao longo desses cinco séculos.

Formada por impressionantes 275 quedas d'água, esse encontro de rio + cânion encanta pela magnitude. Ali tudo é imenso: altura das quedas (chegando a 84 metros), volume d'água e o verde que cerca o Parque Nacional do Iguaçu; pequeno mesmo só nós homens que somos rebaixados a meros coadjuvantes diante à tanta imponência. Legal seria se esse "rebaixamento" fosse sentido com mais frequência, dessa forma poderíamos viver em um mundo diferente.

Neste lugar, até os feitos do homem impressionam, pois te proporcionam um número incontável de paisagens do continuo espetáculo e uma infraestrutura elogiável. Entretanto, nada que o homem tenha construído ou imaginado em realizar nesse lugar chega perto do que a natureza criou e proporciona 24 horas por dia.









Fonte: Wikipedia Brasil <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cataratas_do_igua%C3%A7u>, acessado em 05 de maio de 2013.


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