São bons, tem em tudo quanto é lugar e vejo que o Picolé citado acima passará a mesma percepção em breve.
Nas minhas andanças, me deparei com eventos e situações que
comprovam como a novidade e a exclusividade são valorizadas, cito dois
exemplos:
1) Quando morava em Goiás e viajava muito para pequenas cidades, em
uma dessas viagens (que não lembro o nome da cidade), sentado e um
restaurante na praça principal (exatamente aquela praça que
tinha de um lado a igreja, em outro lado a prefeitura e em outro o Banco do
Brasil) tinha uma faixa atravessando a rua principal bem próximo à um semáforo
desligado com os dizeres que parafraseio aqui: "Neste sábado,
grande inauguração do primeiro semáforo da
cidade". Pensei comigo, cuma!?
2) Outro momento interessante era a ansiedade vivida pelos moradores de Guarapari, pelo menos para aquela amostra de população que eu convivia, dos rumores de que uma empresa de grande repercussão fosse aportar na cidade. O ano era lá por 1995 e o rumor digno de página de jornal era que o McDonalds poderia se instalar na cidade. Ponha isso na cabeça de um bando de adolescentes famintos que dá para se ter a ideia do estrago. No fim, nada de McDonalds o local virou uma padaria.
Acho que deu para pegar o espírito da coisa, né?
Como coisas tão banais em grandes centros, tornam-se acontecimentos sociais em outros lugares poucos quilômetros de distância?
Com esse pensamento em punho volto à ideia do meu último blog quando citei
sobre o nosso hábito de transferir aos objetos (e agora
instituições) uma importante carga sentimental, na
esperança de que esses "pobres coitados
objetos" consigam reter por tempo indeterminado nossas mais vividas
lembranças de pessoas e momentos especiais onde nós nos
sentimos valorizados.
Ao dissertar sobre isso, me veio um questionamento que achei muito interessante: como e com qual intensidade transferimos aos objetos um valor emocional tão intenso que criamos uma relação intima com ele ao ponto de guardamos por anos a fio e termos a sensação de perda quando ele estraga ou temos que descarta-lo?!
Tenho uma experiência pessoal para compartilhar com vocês que fala exatamente sobre isso:
"Nossa história começou em
2007, o ano mágico, estava eu lá nas
terras da rainha curtindo o que a vida tinha a oferecer e sempre acompanhado
com uma mochila do programa de intercâmbio.
Em poucos dias, a mochila sucumbiu ao 'peso' que aquela viagem iria lhe
proporcionar. Limitado por um curto orçamento,
parti na busca de uma substituta e consegui achar uma promoção na
GAP de uma mochila que aparentemente aguentaria a pressão
daquele ano.
Logo se tornou a companheira diária para as idas à escola Aspect e ao Grange City Hotel. Não demorou muito para começar a conhecer os países da Europa comigo. Nessas viagens como muitos mochileiros faziam, comecei com o hábito de colocar bandeiras (patches) uma vez visitado cada lugar, tal hábito se tornou um vício e até hoje, 7 anos depois, ela me acompanha e, surpreendentemente, sempre arruma um espaço extra para uma nova bandeira. Não sei desde quando, mas ela passou a se chamar My Old Camarade.
Ano 01 - Apenas uma mochila da GAP |
Ano 03 - Já testemunha do mundo |
Ao longo desse tempo, ela cambaleou várias vezes, necessitando de um remendo aqui e outro ali. Aqui vale menção honrosa de agradecimento à minha mãe por ajudar nesse processo de manutenção e à Fabi no processo de custura das bandeiras. Nos últimos anos, antes de cada viagem ela passava por uma recauchutagem para aguentar a próxima aventura: o fundo que rasgou, a alça que desfiou, etc. Hoje ela está mais para um Frankenstein de tanto remendo.
Ano 6 - Boa tentativa, mas frustrada de substituição |
Ano 07 - Ultimo update |
Valeu!