Tuesday 15 November 2011

Dê a preferência

Viajar é uma ótima oportunidade de ampliar nossa visão, passamos a perceber o que nosso cotidiano tem de bom e o que tem de ruim, com ela nos tornamos mais críticos e também mais humildes.

Exemplo a ser seguido!

Nessa última férias eu e meus pais tivemos mais uma vez a oportunidade de fazer um roadtrip por um pais estrangeiro. Diferente das outras vezes que fomos ao velho continente nesta oportunidade desembarcamos nos Estados Unidos. Da minha parte, 13 anos após minha primeira visita e tudo diferente, já que eu também já não sou (ou era) o mesmo. Como motorista oficial da viagem e por andar muito pelo Brasil inevitável não vivenciar certas realidades que dão bons e maus exemplos do que temos aqui. Constatei que algumas coisas não seriam necessariamente quebra de paradigmas, mas se tornaram boas e agradáveis surpresas.

Primeira constatação é da impossibilidade da não existência de lobby por parte das indústrias automobilística e petrolífera nos EUA, pois transporte publico na Califórnia é praticamente nulo, principalmente em Los Angeles. Tudo, absolutamente tudo é feito de carro. A ausência de transporte público de qualidade, associado com o baixo custo de um automóvel  (lease para os novos e preços atrativos para os usados) e o custo do combustível (1 litro = R$ 1,60) são a fórmula fatal para a ratificação deste cenário e faz nosso transporte público ser supimpa de bom! Engraçado ter essa constatação pois dai imaginei que os outros tipos de transporte alternativos também sofreriam o mesmo tipo de negligência, mas fui surpreendido ao identificar a ótima infra estrutura para bicicletas, principalmente em São Francisco: aluguel das magrelas,ciclovias dividindo democraticamente espaço com os carros e os poucos ônibus existentes eram equipados com um rack para carregar até 3 bicicletas para aqueles trajetos mais longos ou tortuosos. Algo legal de ser copiado.

Outra coisa legal que vi foi a quantidade de carros híbridos/elétricos que existem por lá, hoje são tão populares quanto os famosos gas guzzlers. Isso está longe de representar uma mudança no paradigma de que "os EUA não está nem aí para energias alternativas", de tirar o país do posto de maior consumidor de combustíveis fósseis do mundo ou de nos fazer fechar os olhos à real influência que a indústria petrolífera exerce na política norte americana, afinal até alguns anos atrás o cargo máximo daquele país era exercido por alguém com ligação direta com o mundo econômico do petróleo e que por consequência não o fez assinar o tratado de Kyoto; de qualquer forma é outra coisa que poderíamos copiar, é claro que o nosso governo poderia ajudar incentivando esse tipo de veículo, a tão falada redução de imposto seria uma boa, pois lá o carro hibrido mais vendido custa R$ 40.000,00 aqui chegará em 2012 custando nada menos que R$ 100.000,00!

Por fim, mas o que achei mais bacana, surpreendente e a razão para escrever esse blog é constatação de como o trânsito dos EUA é mais humano, educado e consciente. A minha surpresa caminhava lado a lado com minha infelicidade de saber como SOMOS mal educados nesse assunto.

Cidade caótica como Los Angeles não possui o trânsito agressivo que uma cidade como Floripa ou Vitória possuem. Proporcionalmente lá possui menos sinais de trânsito e filas, pois as pessoas respeitam mais, havendo esse respeito algumas manobras que aqui são proibidas lá acaba sendo permitido, por exemplo:

- No farol vermelho não havendo sinalização dizendo o contrário os carros podem convergir à direita. Todos fazem isso com cuidado olhando para ver se não há outro veículo vindo na prefencial. Aliás se não estou enganado a placa "Dê a Preferêcia" não existe lá, o que ha é consciência para se dar a preferência o que feito pela grande maioria.

- Fato é que em todos os cruzamentos que possuem sinalização de PARE, independente se há ampla visibilidade para todos os lados, sem exceção, observei todos os carros pararem e depois seguir seu caminho. Mesmo em rodovias isso é respeitado.

- Como consequência do hábito citado acima, quando há um cruzamento de vias onde há 4 carros (um em cada sentido) querendo cruzar, além de pararem, cada carro cede a vez para aquele que primeiro chegou ao cruzamento. É de impressionar como não falha, um de cada vez, sem stress de querer passar, pois sabe-se que sua vez irá chegar, e rápido.

Por esse último item falado tenho que tirar o chapéu para os caras! Estamos anos luz desse senso de civilidade que percebi haver por lá. Paremos com o egoísmo, sejamos mais educados, vamos realmente DAR A PREFERÊNCIA e não esperemos governo ou sistema impor ou incentivar a realização de um transito mais humano!

See you...

Monday 31 October 2011

California 1

Acho que esta na lista de um monte de amante de viagem fazer  de carro a costa dourada da Califórnia, preferencialmente à bordo de um conversível, com duas loiras de biquini à tira colo e uma prancha de surf no lombo. Bem, a minha não foi bem assim, mas digo que foi tão boa quanto, o carro era um Ford Crown Victoria (digamos que um Landau moderno, mas banheirão tanto quanto), de carona meus eternos companheiros de viagem: meus pais e quanto ao surf, bem, esse fica pra Praia da Joaquina nesse verão - é promessa!

Ford Crown Victoria
Regrinhas básicas para uma viagem de carro bem sucedida: 1) Compre um mapa da região por onde andará e 2) não confie no GPS para se conhecer as melhores paisagens, ele é traiçeiro e só vai te levar pelo caminho mais fácil, mais rápido e mais feio.
Com esse espírito, Dorothy (a voz feminina dessa vez por traz do GPS), só nos ajudou a passar com tranquilidade pelo conturbardo transito de LA numa segunda feira de manhã até o pier de Santa Monica que é conhecido por ser o fim da famosa Rota 66,  mas para nós foi o começo da nossa aventura pela California 1 até São Francisco.

California 1
Com aproximadamente 420 milhas é uma das estradas que se escutava ser uma das mais bonitas do mundo, por isso, pressa não poderia existir no cronograma. Daí a regra #3) road trip não tem que ter pressa. A California 1, ou simplesmente Hwy 1, praticamente margeia toda costa do pacifico até São Francisco. Apesar de ter trechos com caracteristicas de freeway, ela é muito sinuosa, passa por inumeros condados e a velocidade média fica lá nas suas 50 mi/h. Nossa jornada durou 3 dias.

LA to Solvang

O primeiro dia contemplou o trecho entre Santa Monica até a pequena cidade de Solvang. É um pequeno trecho com um pouco mais de 120 milhas que divide-se entre áreas costeiras (que passam por Malibu) e pelo interior. Desdes os primeiros instantes a estrada não se mostrou nada efadonha, muito pelo contrário, o clima da região costeira da Califórnia tem o hábito de mudar constantemente passando de ensolarado, com intenso calor para nublado, com frio e névoa em questão de minutos. Outra coisa que muda muito é a paisagem natural, ora conservada parecendo espécie de savana (com ares bem desérticos) passando para numerosos campos cultivados e de forte intervenção do homem (o que acredito que sem ela, pouca coisa poderia-se cultivar ali naquele solo).

O caminho foi curto, mas o dia foi longo, pois EUA e brasileiros combinam com compras e o paraíso para isso são os outlets que tomam sem a gente perceber (e se deixar) praticamente o dia todo. Eles são genuinamente bem mais baratos que o varejo comum de lá e vergonhozamente infimos comparados ao nosso. Quarto dicas podem fazer você fazer ótimos negócios em um outlet:

1) Planejamento: saber qual outlet você irá antecipadamente pode permití-lo entrar no site <www.premiumoutlets.com> se cadastrar e imprimir copons promocionais que dão descontos adicionais aos já atrativos encontrados nas araras, mas atenção, algumas lojas dão descontos por períodos curtos, dai o melhor a fazer é solicitar os cupons momentos antes da viagem. Outro ponto é que algumas lojas não aceitam que os cupons acumulem com as liquidações vigentes na loja.

2) Seja curioso, ao entrar nas lojas pergunte ao primeiro funcionário que ver se há alguma promoção vigente. Não é raro você ouvir uma promoção que não está anunciada e que é um negócio da China, ex. 30% off adicional! Show!

3) Preparo físico: sem ele, sua exploração nesse templo do consumo pode ser abreviada pelo cansaço. Vestimentas apropriadas (não carregue roupas em demasiado), filtro solar (independe de inverno e verão, os outlets nos EUA e Europa costumam ser ao céu aberto) e por fim uma dica felomenal que vi uns conterraneos fazerem: Leve consigo uma mala média com rodinhas e vá colocando suas compras lá. Menos esforço pra carregar e mais energia pra procurar ofertas (ps. Não se preocupe em carregar a mala, você de certo encontrará outro brazuca com a mesma ferramenta e pode ter certeza que você encherá a mala).

4) Paciência: Lembre-se que as ofertas do outlet são praticamente infinitas para uma única pessoa, mas o seu dinheiro não. Faça uma sondagem inicial do que as lojas estão oferecendo para depois começar a comprar. Se estiverer com amigos ou familiares que não dividam a sua carteira tentem se juntar para aproveitar melhor as promoções, tipo: Compre uma calça e ganhe 50% na compra da segunda.

...........

Após a maratona de compras, voltamos pra a estrada e com destino à Solvang, essa pequena, mas muito visitada, cidade de colonização dinamarquesa. Com predominante arquitetura típica européia (com direito até à moinhos de vento no centro da cidade) o local explora muito bem a fama que tem, lembra em menores proporções a nossa Gramado, há eventos culturais, gastronomia e artesanato de qualidade.

Solvang, CA
Tudo é muito perto e a noite vale sair para andar devagar e ver todas as vitrines da Compenhagen e Mission St. escolha um restaurante de comida Danish e aproveite o momento, mas não saia muito tarde, pois alguns restaurantes fecham bem cedo para os nosso padrões (entre 20 e 23 horas).

Mission de Sta Ines
Pela manhã perca algum tempo indo na Mission de Sta Ines, uma das 21 missões instaladas pelos franciscanos no século 19 ao longo da California à mando do reino da espanha para ser difusor da fé católica e princípios da cultura hispanica na região antes chamada de Alta California. É uma das missões mais bem conservadas e é praticamente no centro da cidade.
Se estiver com tempo de explorar a região saiba que é no Sta. Ines Valley que se localiza o famoso rancho Neverland de Michael Jackson e ainda que a região é produtora de morangos, que São vendidos por uma pechincha na beira da estrada (tamanho e gosto nunca encontrados por essa pessoa que vos fala no Brasil).

Continua no proximo blog.

Monday 19 September 2011

O velho cinema novo

Na ultima sexta feira, após um puxado dia de trabalho, juntei as poucas forças que me restavam e rumei para o cinema assistir a mais uma película da inesgotável franquia O Planeta dos Macacos, sendo a de 2011 intitulada de “A Origem”, após o nome original.

Planeta dos Macacos - A Origem (2011)

O enredo desse filme arrisca em abordar uma das inúmeras possibilidades que habitavam nosso imaginário, principalmente, a de como os macacos passaram a ser a espécie dominante. O resultado acaba sendo interessante, mas macula e restringe de forma incisiva todo universo de possibilidades que cada espectador (fã ou não da série) criava do modo como os macacos tornaram-se a espécie dominante, principalmente quando comparado ao original de Franklin J. Schaffner de 1968 e ao remake de Tim Burton de 2001.

O Planeta dos Macacos (1968) O Planeta dos Macacos (2001)

Entretanto, não é sobre roteiro que queria falar desse filme, mas sim da técnica e tecnologia existente nele. Como dito, "O Planeta" é uma franquia existente em quase metade da história do cinema, atravessou gerações e foi "vitima" da revolução tecnológica que passou a sétima arte. Saiu de soluções de robótica rudimentares e cenários magníficos construídos durante meses para uma época onde os filmes sem nenhuma vanguarda tecnológica são construídos 70% ou mais dentro do computador. Tanto é que quando comparado os dois filmes mais recentes (2001 e 2011) percebe-se sensível diferença entre a qualidade dos efeitos visuais em um universo onde pergunta-se, até onde os efeitos podem ir, ou melhor, nos levar?!

É um cenário que me trás um saudosismo gostoso e um tanto melancólico, pois o romantismo do cinema feito de cenários e locações parece que deu espaço à frieza matemática dos complexos códigos dos programas de renderização gráfica. Para aqueles que já tiveram a oportunidade de produzir um filme, por mais amador ou rudimentar que tenha sido, sabe o quão excitante é fazê-lo da forma tradicional.

Nessa nova estrutura, atores e atrizes tem que contracenar com cenários de fundo azul e personagens inexistentes, sobra para eles a tarefa de redobrar seus esforços imaginários e talentos artísticos para transmitir a emoção necessária para que a mensagem de seu personagem seja "acreditável". Infelizmente, só bons atores e atrizes tem essa capacidade, cabendo à grande maioria de competência mediana, atuações mentirosas e medíocres.

Talvez eu seja um chorão reclamando de barriga cheia, afinal filmes bons e ruins sempre existiram e são lançados semanalmente. Exemplo bom é deste que comentei acima. Dai me coloco na posição daqueles entusiastas da pintura de retrato o que temeram com o advento da fotografia; assim como os amantes da fotografia, receosos com o surgimento do cinema; e os aficcionados desta última arte com a popularização da TV.

Parece que compartilhamos o mesmo medo besta, pois tudo o que veio de novo agregou, tudo bem que na bagagem veio muito lixo, mas isso aí já é inerente à natureza humana e em tudo que ela cria.

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Sites recomendados:

Cinema em Cena

The Internet Movie Database

Ao som de:

Sunday 31 July 2011

Eu corro, tu corres, ele corre…

Tudo começa com um passo.

DSC00608

A diferença entre correr 100 metros ou 18 km é sempre o próximo passo, nada mais, nada menos!

Para as pessoas, podem existir inúmeros motivos para correr, assim como existem para mim. Corria para começar a correr, para fazer algo com o amigo, para sempre me decepcionar por nunca alcançar a marca desejada, mas ter sempre a certeza de que, se realmente quisesse eu conseguiria. Entretanto, assim como os 7km nunca foram os 7000 metros aquela promessa nunca deixou de ser um engodo ocorrido repetidas vezes feito eco.

Corria para fugir do futuro, do tédio, das incertezas, mas nunca corria o bastante para chegar em algo que fosse além da decepção o que refletia em voltar para tudo aquilo para o qual estava correndo.

Um belo dia resolvi parar de correr... clima frio, terra estranha. Fiquei um tempo parado, sedentário daqueles motivos para o qual corria. 

Quando voltei, mudei a direção. Passei a correr em direção à tudo aquilo que fugia, quer dizer, corria (;)). Fiz isso não como forma de cultivar tais motivos, ou manté-los por perto, mas para desafia-los, afinal não é esse um dos clássicos motivos que todos corremos?! Desafiar nossos limites?! Pois bem, os marcos começaram a ser alcançados, transpostos e conquistados. A decepção transformou-se em orgulho, a tristeza em alegria , mas a fadiga continua sendo a mesma.

Hoje corro por esporte, por paixão, por encontrar nela um refúgio, um vício, minha tara e minha droga... Volto a ser criança, pois o ato de amarrar os cadarços para um "corredor" é sempre tão emocionante como se fosse feito a primeira vez.

Corro para espairecer, para pensar em tudo, para deixar o negativismo para trás e, pelo menos durante aquele precioso momento saber que tudo é possível e que tudo pode dar certo!

Corro para conhecer lugares, tantos quanto forem necessários, me perco nas vielas, as vezes tenho como companhia os vira latas… objetivo é ver o que cada lugar tem de belo.

Até o próximo passo…

Linhares | Viçosa | Vitória | Guarapari | Boa Esprança | São Mateus | Cachoeiro | Piúma | Belo Horizonte | Goiânia | Londres | Bruxelas | Florianópolis | Lages | Caçador | Rio de Janeiro | São Paulo | Campinas | Presidente Prudente | Bauru | Araçatuba | Porto Seguro | Salvador | Tubarão | Rio Verde | Campo Grande | Dourados | Chapadão do Sul | Jataí | Treze Etílias | Porto Alegre | Brasília | Formosa | Palmas | Itumbiara | Pontalina | Porangatu | Catalão | Capitólio | Juiz de Fora

Friday 24 June 2011

Ao Coringa com carinho…

Ana pediu para que escrevesse um post para o seu blog, momentanemamente faltava inspiração, sobre o que escrever? Esteriótipos dos brasileiros ou estrangeiros; intolerância ou preconceito?

Não sou declaradamente uma pessoa que gosta de causar polêmica, mas adoro ver uma polêmica no ar e talvez seja extamente sobre isso que devo falar! Pois, precisamente sobre esse tema que o blog “Como reconhecer um brasileiro” acabou se tornando. Provavelmente não foi essa intenção, mas ai está a maravilha de todas as manifestações artísticas (no caso: o ato de escrever e publicar). Ao ganhar o mundo, o texto ganhou vida e seguiu seu caminho!

Fiquei sabendo primeiro que havia uma polêmica e depois que havia o blog. Soube ainda que o tema abordava esteriótipos do comportamento dos brasileiros que vão ou moram no exterior, como havia morado fora por um tempo também poderia me incomodar com com isso e subtamente a curiosidade aumentou.

Ao ver o depoimento do polonês contorcionista e seguido pelo texto, respeitosamente confesso que fiquei decepcionado. Não que o vídeo não fosse engraçado tanto pelo tipo de discurso feito, pelos trejeitos do entrevistado e pelo sotaque que me lembrou muito meu colega polonês Adam da época de Grange, mas porque o monstro não era tão grande quanto imaginava, de fato, não havia monstro algum…

Após ver pela primeira vez, apertei o replay e vi novamente, agora com um olhar mais clínico, buscando o MOTIVO de tanto rebuliço e encontrei algumas pistas que poderiam conduzir àquela revolta, uma das coisas que encontrei foi a criação de um esteriótipo bem humorado sob a ótica de uma pessoa. Tal relato nem ofensivo foi, pois é muito dessa forma que reconhecemos os brasileiros lá fora: Nike Shox é uma tara; óculos Rayban (me incluo nesse grupo); e as mulheres adoram bolsas da Louis Voiton, Dolce Gabanna, com aquele hiper logo, parecendo um outdoor ambulante.

Somos fúteis (veja que estou nesse balaio)! Uns para mais e outros para menos, mas de certo avaliamos e creditamos muito do caráter inícial das pessoas pelo que elas mostram ou vestem e não pelo interior dela. Por isso é importante mostrar tanto a marca dos objetos, quanto maior, melhor!

O jacarezinho da Lacoste na camisa de um jovem de 30 anos transmite que ele é bem sucedido, sério e confiável…. até o momento que descobrimos, na verdade, que a camisa é falsificada (os brazucas também tem uma quedinha por esse tipo de comércio “alternativo”). Quando isso acontece, o perfil dele torna-se o de uma pessoa que quer mostrar quem ele não é (melhor o que não tem), possivelmente de personalidade enganadora e, consequentemente, não confiável. Não vou discursar sobre essa seara, mas não é bem assim que as coisas deveriam ser.

Como dito anteriormente, vi que havia mais fumaça que fogo nessa história toda e a polêmica pode ter sido inflamada não pelo o que foi dito, mas sim por quem foi dito. Já ouviram aquela máxima:

Se eu falar que sou feio, ok, mas se você falar é ofensivo!

Poo… se eu sou feio e tanto eu quanto você concordamos com isso, não há motivo para confusão, não é?! Pudera ser assim…

Um brasileiro falar para o outro de forma irônica que eles são doidos por coisas de marca e adoram mostrar isso não tem nenhum problema, mas um polonês falar isso, aí não! É uma agressão à pátria, praticamente uma questão de segurança nacional e quem é esse polaco para falar dos brasileiros?! Até parece que o povo dele é perfeito.

Temos que passar a aceitar mais as observações irônicas a nosso respeito, principalmente quando forem verdade. Um exemplo perfeito desse pensamento é o episódio dos Simpsons sobre o Brasil, virou uma polêmica tão grande que até os tubarões de Brasília se meteram no meio. O episódio é muito bom e vale a pena conferir…

Os Simpsons no Brasil. Direitos da Fox e seus criadores!

É importante saber que o bom dos exteriótipos é o exagero. É a mesma coisa que a caricatura, foca-se no erros ou nos detalhes que chamam atenção, apenas para se divertir…

Por isso volto ao título: Why so serious? Let put a smile on that face!

Saturday 18 June 2011

Ziguezagueando

Mês passado estive na deslumbrante Serra do Rio do Rastro no sul de Santa Catarina. São 20 km de uma rodovia que que liga o litoral à Serra Catarinense, região próxima à São Joaquim (no município de Lauro Muller). É inexplicável descrever tamanha beleza natural e a impressionante empreitada do homem na década de 1940 em desbravar aquela íngreme serra e construir a rodovia. Só estando lá mesmo para descrever a sensação de subir mais de 1400 metros em 20 km de estrada, da temperatura cair mais de 10 graus do sopé ao topo e de trocar uma Mata Atlântica por uma estepe típica do clima temperado e que logo em seguida transforma-se em uma homogênea e absolutamente exuberante floresta de Araucárias.

Em direção ao Rio do Rastro Cada km da estrada é um convite à contemplação, uma rodovia atípica, onde a velocidade é item descartável no ziguezague sem fim de concreto entre as rochas e a mata. Não é questão de não se conseguir ir mais rápido, é que não se quer ir mais rápido! As pessoas acabam se encontrando nos espremidos, numerosos e concorridos refúgios ao longo da subida, o stress dá lugar à gentileza, um dando passagem ao outro, como se quisessem ser o ultimo a sair de lá e assim poder reter nos olhos aquela beleza por mais alguns segundos.

Zigue zague interminável

A cereja do bolo acaba sendo o topo da serra que parece ser o resumo de tudo ao que se passou durante à subida. Os corpos se espremem no muro à beira do precipício e os olhos se perdem: no horizonte sem fim e nos mais longínquos e hipnóticos pensamentos que aquele lugar pode transportar.

"Sitting on the top of the world"
Essa região possui uma relação peculiar entre o homem (e sua obra) e a natureza. Em geral, vejo ela como desigual no já batido: a natureza cria e o homo-sapiens destrói. Mas ali a intervenção do homem acaba gerando uma beleza concomitante com a da natureza. Digo isso, pois durante o passeio, o deslumbre com a paisagem é tamanho que é impossível não pensar:

- Cara, isso tem que ser preservado!

Será que esse pensamento teria ocorrido se a estrada não existisse e tal paisagem mantivesse intransponível e, por fim, desconhecida à grande maioria das pessoas?! Acredito que sim.

Dessa forma, ponto para a obra do homem.

Hoje, a região vive novo e impactante processo de intervenção em sua paisagem como ocorrido há 70 anos. No topo do platô da serra esta sendo instalado mais de 60 Torres de geração de energia eólica, cada uma com cerca de 50 metros de altura e distante de 300 a 400 metros uma da outra.

Parque Eólico Uma baita intervenção diga-se passagem, mas após tantas idas e vindas de opinião: feio-bonito, válido-desnecessário, etc; finquei o pé em um consentimento favorável e vejo como válida essa ação. Mais turismo ecológico, mais energia e mais conscientização, quem sabe um novo projeto equivalente ao criado pela rodovia da Serra do Rio do Rasto não esteja sendo construído?!

Vale a pena viver pra ver.

Até a próxima viagem!

Friday 20 May 2011

Os ventos da mudança…

Lamentável quando você é recordado que o tempo está passando… o joelho doendo ao se agachar para pegar algo, ou ao constatar que os cabelos, uma vez vastos no couro cabeludo, começam a ficar escassos e jazem ao longo do chão em uma quantidade que vai além da preocupação.

Realmente lamentável… mas não estou aqui para fazer lamúrias, já chega a dor e a calvice.

Tudo tem seu lado positivo e nesse caso, hiper positivo. Histórias de amor, superação, perseverança, encontros e companherismo vem à tona nesse maio e junho. Pirralhos e adolescentes com ideais de amor eterno vão se casar…

Mas pera lá… o vento soprou e o tempo passou. O pirralho cresceu e os adolescentes já não tem mais espinhas. Eles são adultos e acho que sabem o que querem. Querem mesmo estar juntos, nem que seja para sofrer, ficar triste e até mesmo putos um com o outro ao ponto de não quererem estar mais juntos.

Aliás… hoje em dia é só bater um ventinho para não querer estar mais com o outro, a cara metade transforma-se em algo insuportável, repudiante e doloroso. A magia se esvai e ficam-se os calos e feridas que muitos adoram chamar, equivocadamente, de experiência…

Mas vos digo.. NÃO para vocês... de certo NÃO para vocês…

Evitarei ser piegas ao dizer que será eterno, pois, de fato, o eteno não é uma conjugação para ser feita no tempo futuro, mas sim no tempo passado. Façam com que chegem lá na frente após décadas de união e digam que o casamento de vocês foi eterno!

É uma forma encorajante e positiva de pensar, pois o eterno de lá é, na verdade, o que se faz hoje…. e FAÇA!

dê flores | faça jantar | surpreenda | beije | diga EU TE AMO | pegue-a no colo | faça-o carinho | tenham um cachorro | vão hora pra praia | e hora pra montanha | curta a sogra | vejam filme | saiam com amigos | vão ao teatro | ao cinema | à piscina | fiquem bêbados | … de felicidade | … de alegria | … de cachaça | ligue no meio da tarde | cante para ele | faça faixa no dia dos namorados e pendure na rua | dancem |sexo, muito sexo | tenham filhos | … netos | … genros e noras | apenas façam!

Pois como diria o amado mestre Mauro Pinheiro:

“ - Não existe uma foda adiada, existe sim, foda perdida!”

………………..

Posso não ter sido piegas, mas de certo fui pretencioso a querer ensinar alguma coisa de relacionamento para esses dois casais, mas o blog é meu e eu falo o que quiser: Tati e Tcha-Tcha, Elaine e Xups.. antes de mais nada, obrigado pelo convite de ser padrinho do casamento de vocês, é uma honra muito grande e indescritível!

Muitas felicidades e que Deus ilumine o caminho de vocês, enchendo-os de paciência, respeito e amor!

Tati e Tcha Tcha - Casório em 21 de Maio

Elaine e Xups - 04 de Junho

Monday 16 May 2011

O interruptor nosso de cada dia!

Época de faculdade eu, meus grandes amigos Elton Vinícios, Rodrigo Resende, Tiago da Costa e mais dois colegas montamos um grupo de discussão sobre design, suas ramificações e implicações acadêmicas, mercadológicas, artísticas e conceituais, também conhecido como Cúpula Design (nome pretensioso, mas sem pretenções, nem petulância  que realmente significasse esse nome).

De cima para baixo e pouco tempo depois “a cúpula” se transformou em “raiz”, o Raiz Design que, conceitualmente, aspirava algo que chegasse a ser uma empresa, mas que, infelizmente ou felizmente, não se tornou realidade. Entretanto essa experiência foi uma das mais enriquecedoras da minha vida acadêmica e que trago para os dias de hoje. Aquilo foi a vivência latente de uma universidade federal.

Recordar é viver: Logo da Raiz Design

……

Não pude fugir ao saudosismo, nem deixar de prestar uma homenagem aos meus amigos

……

Então, naquela época, um dos grandes ensinamentos foi reconhecer que existiam níveis distintos de interesse entre os colegas e que tais níveis nos faziam nos entregar ao projeto das formas mais diversas: uns para mais, outros para menos; uns para a direita e outros para a esquerda.

Esse foi o fracasso, mas ao mesmo tempo o sucesso do grupo.

Nessa descoberta, conseguimos parametrizar esse discurso, se tornando o famoso e até hoje comentado:

O seu 100% pode não ser o meu 100%, pode ser, na verdade os meus 70%.

Básico, mas como tudo na vida, o que faz diferença nas coisas são os pequenos detalhes.

Para atingir o máximo de uma pessoa e de nós mesmos é preciso expertise, treinamento e parafraseando o Scalco:

É preciso semear, semear, semear, semear…

Resumidamente, temos que achar e acionar o “interruptor” é daquele tipo temporizador que encontramos nos halls e corredores de prédios comerciais e escadas de emergência: você aperta e depois de um tempo tem que acionar de novo, senão a luz acaba! Por isso a estorinha do semear, semear, semear, dita anteriormente.

Por sermos humanos, esta condição acaba nos impondo temores, fraquesas e erros que são aceitáveis, mas com uma margem de tolerancia mínima em um universo competitivo que é o mundo corporativo. Quem nunca ficou se questionando sobre sua real capacidade, sobre seus méritos, com medo de falhar, se sentindo ameaçado ou obsoleto?! Sem excessão, todos já passaram por isso, inclusive os mais petulantes.

Cada um tem uma fórmula única para ter o seu interruptor acionado e deve descobri-la por si só. Mas há pequenos rituais que podem ajudar durante este processo, uma vez que qualquer mudança não é fácil, podendo ser traumática e a tentação do desistir acaba sendo uma constante.

1) Começar pelas pequenas coisas pode ser uma boa, pois além do sucesso ser mais fácil de alcançar ele te motiva a perseguir objetivos mais desafiadores.

2) Outro é buscar uma rotina em ações transformadoras, nesse caso, a rotina quer dizer perseverança.

3) Começar é sempre mais fácil, manter é o mais complicado. Por isso não tenha medo de começar e nem de recomeçar.

4) Acredite sempre no poder da transformação, mesmo que você não acredite que possa acançar aquilo que persegue. Como diria o mal fadado Hitler (pelo menos foi o que me falaram que foi ele que falou): “- Uma mentira dita 100 vezes acaba se tornando uma verdade.”. Sei que é uma frase perigosa, ainda mais dando a autoria para quem eu acabei fazendo e por isso ela exige pequenas explicações, simples, mas eficiente: apenas acrescente na frase, além do falar… o fazer!

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Momento nostalgia: Para aqueles que lembram, a saudosa passarela da UFES.

Passarela Ufes. Fonte <http://www.flickr.com/photos/renanteixeira/4086612498/>

Monday 2 May 2011

Joseph Climber lives…

Perseverança é palavra comum do cotidiano e que peguei recentemente a analisar melhor seu significado. Pelo dicionário, a palavra origina-se do verbo perseverar:

Continuar, persistir numa opinião, num costume que seja bom.

Não demorou para notar que seu significado é transcedental, por mais amalucado que essa afirmação possa parecer, pois qual o parecer para adjetivar um indivíduo como “perceverante”?! É aquele insistente em via das dificuldades?

Mas até a que ponto? Qual é essa linha divisória que separa uma pessoa normal, da do perseverante e este do estúpido ou ingênuo?

Desde o falecimento precoce dos meus avós, meu pai assumiu consientemente e inconsciêntemente a responsabilidade pela criação e “felicidade” do irmão caçula. Sempre lhe preocupou o jeito “amalucado”e inconsequênte que meu tio sempre levou a vida, proporcionando à sua família uma vida de verdadeira montanha russa com altos e baixos alucinantes. Nos últimos 15 anos sou testemunha ocular das tentativas dos 03 irmãos mais velhos, no que eles mesmos falavam, em: - Dar um jeito no Tata!”, mas resultando apenas em sucessivos fracassos, gerando desgaste e desconforto entre as partes.

Com o passar dos anos, os filhos cresceram e a situação ganhou contornos dramáticos: o filho mais velho foi assumindo grandes responsabilidades, o pai abandonando as dele e os tios (irmãos) aflitos sem saber o que fazer.

Fizeram a única coisa possível ao alcance deles: perseverar na tentativa de “dar um jeito no Tata".

Considero-me um ser relativamente elucidado e com uma visão de fora da situação já fui censurar a mais recente proposta de caravana dos irmãos em buscar a rendeção ou o reatrilhamento (verbo que quer dizer: por de volta aos trilhos) do caçula:

- Gente, vocês não vêem que é perda de tempo ir lá?! Além de nunca ter surtido efeito ao longo dessses anos, vocês só fazem afastá-lo!

Em um tom melancólico ouvi a resposta:

- Vamos lá fazer a nossa parte, oferecendo mais uma vez ajuda e alertá-lo do risco de estar perdendo a família.

É importante ressaltar que o que move os perseverantes não é um objetivo racional e preciso, mas algo que só a fé e o amor podem explicar, ou melhor: que por serem movidos por pessoas com fé e amor é que não precisa de explicação.

E num belo dia, como fazendo parte de um roteiro hollywoodiano, é escutado ao som mono do telefone que o Trem estava entrando novamente nos trilhos, começando a se mover lentamente, de forma frágil e não muito confiável. Mas lá estava ele, resgatando algo que estava perdido, ou mesmo, criando algo totalmente novo e dignificante.

Aos irmãos, de estúpidos ou ingênuos, dignos de censura, tornaram-se subtamente em seres providos de uma perseverança invejável e que agora elogio e tenho a eles um olhar da mais profunda admiração.

Quanto à mim, bem, tomei um cala boca federal e sem precedentes. Mas nunca foi tão bom, novamente, estar errado!

Sunday 20 March 2011

Tempus Fugit

Literalmente o tempo é um assunto que me fascina, não é a primeira vez que falo dele e provavelmente não será a última. Assim como tempo, outra coisa que costumo falar muito é através de metáforas e hoje, também, não será diferente.

Imaginem que a sua e a minha história seja um caderno e a cada dia escrevemos uma página, talvez metaforizar um diário seja melhor que um caderno (no fim é a mesma coisa – tentarei evitar outro hábito que é de "encher lingüiça"), enfim, voltando ao diário, cada pagina parece ter um momento único, sublime e inesquecível. Cito:

- Caramba, essa pagina 32 é inesquecível! Escrevi, mas preciso lembrar mais dela, vou colocar um marcador para nunca esquece-la.

O marcador a que refiro são lembranças físicas: fotos, souvenirs, "pra-que-serve", etc. Ao longo do tempo já podemos estar na pagina 120 ou mesmo na 344, mas lembramos da 32. O problema é que ao ser olhada, ela transformou-se em parte do todo daquele volume, não sendo mais uma pagina aberta, mas sim parte de um conglomerado pouco perceptivo individualmente, apenas mais um marcador em um livro cheio destes. É como se toda a estante de casa estisvesse cheia de fotografias e quinquilharias não conseguindo identificar mais o que é o que.

É isso que o tempo faz: ele achata nossas memórias fazendo com que momentos sublimes transformem-se em acontecimentos banais ocorridos láaa atrás. Tem que querer e fazer por onde para manter quente no coração um sentimento que entrou ali por acaso e de maneira natural, mas que se deixar, o tempo encarrega-se de abortá-lo de maneira espontânea.

Faz 04 anos e uns quebrados que não moro mais na beira da praia e nesse tempo, incontáveis “Se’s” foram ditos caso eu morasse no litoral. Agora eles podem deixar de ser condicionantes:

1) Se morasse na praia eu iria lá todo final de semana;
2) Se morasse perto do mar eu iria surfar, fazer kitesurf, wakeboard, etc…
3) Se morasse no litoral iria comer muito frutos do mar....
4) Se voltasse a morar perto do mar eu não iria perder esse olhar maravilhado toda vez que o visse.

E é com esse último SE que encerro esse blog: que esse linharense-guarapariense-capixaba-londrino-belo horizontino-goiano nunca deixe de olhar o mar com os olhos de mineiro!

Haja farofa e que venha Floripa!

Linhares - De 1982 a 1992

Guarapari - 1993 a 1997

Vitória 1 - De 1998 a 1999

Viçosa - 2000

Vitória 2 - 2001 a 2006

Londres - 2007 BH - 2008

Goiânia - 2009 a 2010

Saturday 19 February 2011

Can you feel it?!

Hoje em um chat com uma amiga, onde o tema era a escolha de um apartamento, ela confessou não gostar de residências com cozinha americana, pois ao cozinhar o cheiro de comida acaba impregnando por todo o local. Poxa! Nesse momento, mais uma vez na vida me senti um cara afortunado, pois tenho um modelo de cozinha americando e não tenho esse tipo de problema.

Fato é que cozinhar, apesar de um gosto muito intenso, acaba não sendo um hábito da minha pessoa. Tanto é que minha conta de gás só vem de quatro em quatro meses, pois é esse o tempo necessário para que eu tenha um gasto que justifique a emissão de um boleto na casa dos econômicos oito reais (acredito que muito desse gasto deve à vazamentos).

Nada mais justo dizer então que sou um frequentador assíduo de restaurantes, bares e lanchonetes para realizar minhas refeições diárias. Desde restaurantes mais chiques quando estou em reuniões pela empreas até os muquifos mais desqualificados que o gasto maior é com a coca cola do qua com a refeição propriamente dita, lá estou eu fazendo a refeição fora de casa e favorecendo os números crescentes das empresas chamadas de food service.

Dessa forma, com um pouco de soberba, qualifico-me como uma pessoa possuidora de um expertise crítico mínimo para avaliar, não só, a qualidade da comida, mas também a proposta entregue pelo lugar, filosoficamente falando, a alma do lugar; e em linguagem popular, o famoso, cara crachá. Ex.: se o PF da esquina vende realmente comida barata e acompanhada de dezenas de varejeiras voadoras e por ai vai.

Como é inerente ao meu ser, vou ser um “cadin” prolíxo, mas que no final com um esforço honesto da parte do leitor se conseguirá fazer as conexões necessárias para o assunto em questão.

Até o próximo aumento da Selic, consideremos que o acesso ao crédito no Brasil está em expansão. Nunca na história desse país foi tão fácil pegar dinheiro emprestado com taxas atrativas, o resultado desse processo é um boom de empreendimentos empresariais em todos os segmentos, mas por um direcionamento específico citarei, exatamente, o de bares e restaurantes.

Em Goiânia, não sei se é tradição, mas há um numero representativo de novos estabelecimentos, com choop gelado, petisco saboroso e descoração cool. Mas em 90% deles falta a ALMA, o choop é Brahma (muito bom, mas que todo mundo tem), o petisco é o mal fadado “chapa de picanha com queijo, tomate e pimentão” (gostoso, mas que além de todo mundo ter, em alguns lugares a picanha é acompanhamento e vem já em estado carvonístico) e a decoração [seria] cool se fossem apresentados separadamente, juntos compõem um ambiente carnavalesco que dura o ano inteiro e sem a vibe venho aqui reinvindicar.

Sendo positivista, não tornarei esse blog uma ferramenta (mesmo que perdida nos porões com teias de aranha da net) de agressão direta a quem não aprovo, mas há lugares (sic) que se empapagaiam de quadros de Elvis, Marilyn Monrooe, Michael Jackson, O Poderoso Chefão, etc; objetos da cultura nordestina e tem como trilha sonora um sertanejão universitário do bom! Simplismente não dá! Adoro todas essas referências, mas separadamente, imaginar Janis Joplin cantando Delegada é uma das maiores infâmias que pode-se cometer.

Em contrapartida, como todas as guerras, há as heróicas resistências, desde pequenas milícias, passando por guerrílhas até exércitos, lutando por algo a mais, fugindo do “bastantão”, do mais do mesmo. Esses são dignos de comentários e elogios.

- O Bar do Caixote (no sopé de algum morro de BH), lugar onde todos sentam-se em caixotes de feira e ao som de uma Jukebox. O assunto que flui nas conversas é de relacionamentos e crimes passionais, futebol e mulher no mais vulgar dos vocabulários. Cerveja gelada e algum tijolo frito da melhor qualidade (Só para ficar filosófico mesmo, pois o Boteco já fez, ou ainda faz, parte do famoso Comida de Buteco de BH). A alma desse lugar vai para o Céu!

Bar do Caixote - Fonte: CANABRAVA, Delio. Botecos de Belo Horizonte. Blog Comensais. <http://www.comensais.com.br/botecos-de-belo-horizonte.htm>. Acesso em 18/02/2011

- Segundo que cito é o Belgian Dash (Goiânia), uma genuína e memorável casa de cerveja que em certo momento e após umas e outras me recorda até uma taberna européia. Local agradabilícimo, com uma carta (sim carta) de cerveja invejável (Guinness do barril e Duvel, são os destaques), tiragosto pouco variável mas o existente é de primoroso sabor e perfeito para a ocasião; e a música, aahhhh a música (blues, classic rock e folk). Meia luz, exposição das cervejas vendidas e pessoal eclético completam essa ótima pedida. Como tudo necessita de uma observação: é só tirar o esporte da televisão.

- Para dizer que não só falei de bares. Faço uma breve, mas considerável citação do Empório Piquiras (também em Goiânia), ótimo empório e restaurante. Entretanto faço questão de terminar esse blog citanto o Bolshoi Pub. Realmente há algo de diferente nesse lugar (tanto quanto os outros citados aqui), mas esse pub/casa de shows é um desbunde, suas instalações tipo galpão, com cadeiras/poltronas tipo as de avião, quadros das lendas do pop, rock, blues, folk mundial e da cultura pop/cult; cervejas impotadas e variadas fazem desse lugar um ponto diferenciado no Centro Oeste, mas é no palco com cortinas de veludo vermelho que se sente o sangue pulsante desse lugar. Atrações inimagináveis e antológicas pousam no palco de 50 centímetros de altura e não mais de dez metros quadrados de área. Lobão, The Doors (sim! os remanescentes) e J.J. Jackson são alguns exemplos de nomes que já tocaram aquele solo.

Dia 12 de Fevereiro de 2011

“Can you feell what I feel?!”

Aqui vai meus parabéns para aqueles que querem algo a mais do que simplismente ganhar dinheiro, querem mostrar algo. No fim acabam também preenchendo sua conta bancária, mas fazem isso com estilo! E isso, pelo menos para mim, faz toda a diferença!

See you soon