Thursday 14 February 2008

Tem cabelo no carnaval da Alemanha

Aff Maria… quanta coisa passou desde a Bélgia, muitas outras viagens internacionais, uma melhor do que a outra, a volta para o Brasil, emprego novo, a mudança de Vitória e por aí vai. Espero que eu consiga descrever para vocês tudo isso, mas memória fresca é outra coisa e por isso eu vou começar pelo carnaval.

Bem, como o retorno para o Brasil, o novo emprego e a mudança para BH aconteceram em menos de 2 meses ficou muito difícil para esse aqui que vos escreve programar algo diferente para o carnaval 2008. Então fui para o mais do mesmo: a ponte-aérea Piúma-Iriri.

Devo admitir que estava meio desconfiado com relação à animação que encontraria lá, primeiramente, pois Cão (minha afilhada) e Xupenga estavam namorando. Não digo que com isso eles estavam mortos, mas todos sabemos que namorados precisam de tempo à sós, contudo eu definitivamente não precisava de momento-lampião ou holofote em pleno carnaval, tava querendo fazer um ‘cadin’ de bagunça. Outro motivo é que o circuito Piúma-Iriri já não andava mais com aquele pique todo. Por fim, o resumo desse parágrafo é: EU ESTAVA ENGANADO!
Sexta-feira, zarpo de Vitória com Mamy e Paps e chegamos em Piúma no anoitecer. Lá boas-vindas do Tio André, Tia Penha, Cão, Xupenga e Victor (o DIGNÍSSIMO namorado da Buca). Bate-papo prá lá, tira-gosto prá cá, Darling prá lá e prá cá e vamos nos aprontar que estamos no festival da carne. Vestimentas prontas, mas quase não tínhamos adereços, sorte que o Victor contava com uma baita caneca de chopp para ir direto para a cabeça. Nesse meio tempo Elaine (a digníssima namorada do Xups, agregou-se ao grupo). Ready, set and go…

Lá tudo muito bom, tudo muito bem, mas parecíamos apenas mortais na terra de heróis. Sem adereços, sem alegorias, só harmonia e comissão de frente. Para quem tinha vivido o carnaval 2007 com toda a pompa do Tcha Tcha Tcha, passar os dias daquele jeito não teria graça. A noite foi ótima, mas tinha potencial de ser outstanding em vista do montante de gente bonita e batuques maneiros.


Para agregar informação de quem não sabe, o carnaval Tcha tcha Tcha foi o mais doido que passei. Nosso estandarte atraiu atenções, nossos monstros sagrados estavam representados utopicamente falando no indestrutivel, pesado e impactante sinalete. Vejam o registro e imaginem o resto…
Como falei, 2007 foi o melhor carnaval, entretanto a história estava prestes a ser reescrita…
Durante o dia seguinte falei:
“Cão.. Precisamos fazer algo para esse carnaval… nem que seja um novo estandarte! Mas a era do Tcha Tcha Tcha já passou... Precisamos algo que esteja latente.
Enfim… deixa comigo, dou um jeito”

Daí Cão arrumou uma canga velha, Tio André descolou tinta acrílica, pincel e tiner e eu entrei com a disposição, mão-de-obra e a idéia.
Pá!!… 2 horas de trabalho regadas à Bavaria e pronto! O estandarte do carnaval 2008 com o slogan:

“TEM CABELO! NA ALEMANHA…”

Daí nosso carnaval mudou… Além do estandarte a trupe recebeu o acréscimo da remanescente do carnaval 2007. Mila, mas para os mais chegados: Bisonha! 06 integrantes, 1 estandarte e mais 10 horas de diversão. E que horas… heheheeheh…
Me pergunto para os nobres e pouquíssimos leitores que lêem esse texto se sabem o significado da expressão facial: caradexeirapeido? Pois é… era exatamente essa cara que o pessoal fazia ao se deparar com o nosso estandarte. Para se ter uma idéia, vá para a frente do espelho e imagine-se (ou não) cheirando um pum bem fidido numa sala bem pequena……….. Pronto, vocês sabem exatamente como que era a reação dos foliões ao se deparar com o nosso bloco.

Para vocês terem idéia, estavamos defronte ao palanque central - despretenciosamente - e do nada o vocalista da banda solta: “TEM CABELO! NA ALEMANHA…?! QUE PORRA É ESSA?!” hehehe… atrelado a essa foram mais incontáveis de pedidos desesperados das fofoletys do q se tratava o tal significado. Depois das explicações as fofoletys escutavam algo como: “Que cabelo bonito! Você usar Seda Ceramidas ou Garnier Fructis!” (pra vc Guillerme - hehehehhe), já para as dragonetes e peludos: “Tem cabelo, mas você é careca!”.
Os adicionais do segundo dia foram incontaveis pulos, gingados, 4 caixas e muita agitação, além dos inúmeros reparos à estutura do estandarte que não aguentou o ritmo da noite, logo nos primeiros minutos o suporte superior quebrou e precisamos de 2 rolos de fita isolante, palito de churrasquinho, uma peça de acrílico (depois identificada pelas meninas como uma pulseira quebrada) e uma garrafa de long neck (Brahma Extra) para conseguir reparar e extender o estandarte de volta às alturas.

No dia três os primeiros sintomas colaterais do carnaval começam a aparecer, encontro-me praticamente impossibilitado de andar, não me perguntem porque, não sei até agora porque esse pé direito fica xiando. Mas carnaval não é época de buscar causas, mas sim ir atrás dos efeitos.. Efeitos da diversão e da alegria, na alemanha…. O bloco recebeu uma injeção de ânimo triplicado: através do Má, da Nathy e do estandarte que foi reformado e reforçado, além de um tênis no meu pé para aguentar melhor a dor. Prainha, uma carninha, uma cervejinha e vamos preparando o meio campo para a noite.

Nem esperamos a noite chegar e já zarpamos para Iriri. Abastecidos e com a disposição aquém do desejado para mais um dia de carnaval. Poucos minutos depois, para o que muitos poderiam pensar que seria o final da festa para um bando de gente um tanto desanimada, foi, na verdade, o início da diversão: a chuva! Devo confesar que a galera ficou no princípio em baixo da marquise fugindo dos pingos, mas eu não tava nem aí…. A música tava ótima (Yves la Rock - Fabi a nossa!) e fazia o sangue ferver. A galera só foi se juntar à minha pessoa depois do agradecimento que fizemos por estar todos reunidos e pelo sumiço da minha dor no pé. Daí em diante… o bicho pegou! Toda maquiagem, precaução, desanimo e mau-humor foram literalmente por água abaixo e como havia água, pinto molhado era pinto. Ahh só para ressaltar, o TEM CABELO tava lá fazendo o mesmo sucesso, de tanto sucesso uma outra galera e seus preciosos bens Andadores (keep walking) juntaram-se à nós. Aí a freneticidade pegou e a minha câmera pifou! Ohhh dó…
Às 3 badaladas da manhã tudo secou. A chuva parou, a cerveja e o whisky acabaram só nos restou ir lanchar e voltar para casa.
No dia seguinte, durante o dia, percebemos que a trupe teve 05 baixas por conta da chuva: Xupenga, Elaine, Matheus, Nathalia e o Estandarte. A chuva, provavelmente atendendo um pedido dos nossos pais, esteve presente todo dia acalmando muito os ânimos e colocando-nos um pé dentro de casa naquela segunda feira. À noite as baixas do início do parágrafo se confirmaram, mas Eu, Mila, Cão e Victor negavamos de ficar em casa vendo Big Brother. Zarpamos querendo um edredon bem quentinho.

Noite chuvosa e amena (pq depois da Inglaterra, recuso-me a falar que estava frio), um clima bucólico inspirava um momento de bate-papo regado à um queijinho e uma dose de whiky para esquentar o espírito. Agora para sermos realistas, retire o primeiro acrescente no segundo e um tempinho depois estavamos nós quatro novamente na frente do palco, dançando músicas carnavalescas e tomando chuva. Por fim… fomos novamente lanchar, todo mundo pediu sanduíche, com excessão da minha pessoa, que preferi maionese e ketchup com pão e carne.
Último dia de carnaval… esse sim todo mundo acordou com cara de meia-noite, não querendo mais farra não. Entretanto reiniciou o tira-gosto, o terêtêtê, e do nada uma caixa de cerveja começou a animar o ânimo de todos na casa. Almoço acabou e as nossas mães começaram a ver nossa animação com olhar atravessado. Resolvemos então migrar para a praia:

“- Má pega o carro que eu pego o isopor e vamos para a praia.”
E lá fomos…
Chegando lá a animação começou, só nós lá da casa: Eu, Cão, Victor, Mila, Má, Nathy e Tio André
Toma prá cá, dança prá lá, tira gosto do bom, pelo menos até o cachorro vira-lata lamber o prato todo. Pais do Victor aparecem para sacramentar a festa, meu pai para confiscar a bebida e o Má saculejando a garrafa, saculejou tanto que começou a chover e não foi pouco não.
Cata as coisas e vamos para casa… mas…

No meio do caminho havia uma poça, uma poçona havia no meio do caminho. O Má grita:
- Haaa não… vô nadar no piscinão de Ramos! Num pulo subito lá vai ele em meio ao mato, naquela água tom marrom todynho, nadando que nem um golfinho. Não resisti, me juntei á ele… hummmm que meleca!

Chegamos em casa e fomos nos lavar lá for a e aí que começou o festival do Má:
“As águas vivas vão te afogar”
“Uh uh ressucitou!”
“Ai meu Deus, deixa eu ir para o raso!”

E por aí vai….

Na quarta feira de cinzas, liteiramente sem palavras. The best carnival ever!

Ps.: PERGUNTAS DESSE CARNAVAL QUE NÃO QUEREM SE CALAR.

1) Onde realmente o Matheus foi quando ele disse que estava procurando a sacola?
2) Como coube tanta maionese no meu sanduíche?
3) Como o Má conseguiu tirar tantas pérolas de uma vez só?
4) Como a máquina da Bru foi parar na minha bolsa?
Vejam o video: www.youtube.com/watch?v=3sFpKPuIRfU>

1 comment:

Anonymous said...

Ligo o computador para uma rápida checagem dos meus emails e, de repente, deparo-me com seu recado no MSN de que tinha um post novo. Não resisti: vim parar aqui e ainda li tudinho, hehehehe.
Pelo jeito o carnaval foi bem animado mesmo ;)
Saudades!
beijos