Sunday 8 March 2009

A perda da inocência...

Hoje assisti o filme O Leitor, ótima película que deu, merecidamente, o Oscar à Kate Winslet.

O Leitor

Logo no início do filme, quando o jovem mancebo de 15 anitos se envolve profundamente com a personagem Hana (Kate Winslet) pensei... "O coitado vai ficar marcado e ferido para o resto da vida! Pois ele tá se envolvendo de cabeça". Não deu outra, estava 100% certo, aquele romance de verão amaldiçoou o rapaz para o resto da vida.

- Que cara inocente! Disse veemente. Vai ter muito o que apreender!

Nem sabia que ia chegar a dizer isso, mas os anos me deixaram mais safo, mais esperto, menos ingênuo, mais preparado para a vida e as porradas que ela proporciona.

Me tornei um cara, de certa forma, mais corajoso, aqueles que aceita desafios e sai de sua cidade natal em busca de sonhos maiores. Parece filme, não parece?!

Voltando ao filme e pensando bem no que disse... o coitado da história não é ele sou eu e como tenho inveja do personagem do moleque.

Aquelas supostas qualidades que a PERDA DA INOCÊNCIA trás não seriam, nada mais, nada menos do que a construção do cinismo e da hipocrisia na pessoa? Ao mesmo tempo que ela deixa de ser menos humana e sonhadora, tornando-se materialista e realista? Medo, enclausuramento dos sentimentos profundos, relacionamentos superficiais, mentiras (principalmente para si mesmo) tomam conta da pessoa, num suposto amadurecimento, mas na verdade nada se passa do que o engolir sapo!

O filme retrata bem isso, mesmo após décadas, com carreira bem sucedida, inúmeros relacionamentos no curriculo, casamento e filhos; o personagem do rapaz, agora vivido por Ralph Fiennes tem demolido, todo o suposto, amadurecimento que criou ao londo dos anos quando depara-se com sua antiga paixão... e ele chora, como um bebê...

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Pouco acima disse de aceitar desafios, mudar de cidade em busca dos sonhos... parecendo uma história filme...

Pois bem... o bom dessas histórias é a redenção.

Geralmente o(a) personagem vive desde criança sonhando em alcançar a glória, o sucesso e a felicidade (e quem não sonha!?). Pela própria limitação que a infância impõe, o sonho só fica no imaginário ganhando força e amadurencendo. Quando chega a adolescencia, fase esta, que a oxiurus toma conta do sujeito, a pessoa acha que já está apta a bater asas atrás dos seus sonhos. Sem pensar muito ela pega e vai, vai de ônibus, carona, a pé, o meio de tranporte depende do tamanho do sonho (quanto maior ele, mais bizarro é o meio de transporte).

Daí ele chega no tão esperado destino. Tudo novo, tudo grande, mas tudo real! Dai o enredo do filme, a princípio, dá um soprinho de felicidade e realização ao persongem pra logo em seguida socar dezenas de chicotadas no sujeito, proporcionando-o a perda da inocência.

A dança no teatro paga mal e dá calos intermináveis nos pés, o emprego naquele restaurante chiquérrimo paga mal e dá cãimbras nas pernas ao final do dia (de tão em pé que o cara fica) e o emprego de secretária no escritório, pode até não pagar mal, mas pega muito mal, pois o chefe dá em cima diariamente - e o cara é horrível!

Aos trancos e barrancos a pessoa vai conseguindo crescer, mas uma coisa é clara: aquele roteiro de antes só existe mesmo na cabeça.

Lá pelo final do filme vem a redenção. A pessoa volta para a terra natal... é uma volta em busca do que foi deixado para trás e um tipo de sessão de exorcismo para tirar tudo de ruim que pode ter ficado ao longo do tempo. É a redescoberta e o retorno da inocência!

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O Leitor, como um filme, tem isso. Mas não é dito dessa forma tão piegas. Como falei antes... ele é um otimo filme!`

Quanto à mim, bimestralmente vou à Vitória. Espero que com isso consiga resgatar um pouco da inocência perdida!

1 comment:

Anonymous said...

Profundo seu post, hein!
Gostei do filme tb.
Qt a vir a Vitória, estarei sempre aqui (pelo menos até eu não passar no concurso em outro lugar, hehehe) e ainda combinaremos muitas rabadas aqui em casa ;)
beijos